Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
Primeiros atos garantem bônus, mas Lula ainda depende da economia
Aliados dizem que novo governo precisa entregar ganhos além da reversão de políticas de Bolsonaro
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Na montagem do governo Lula, o dirigente de um partido dizia que a herança de Jair Bolsonaro facilitaria a vida de alguns ministros. Quem fosse indicado para o Meio Ambiente, brincou esse político, já conseguiria um avanço se sobrevoasse uma queimada na Amazônia e lançasse um único copo d’água sobre o fogo.
A demolição de políticas públicas nos últimos anos deu um bônus ao novo presidente. As medidas assinadas por Lula e as plataformas apresentadas pelos ministros empossados permitiram que o governo, com certa euforia, tirasse proveito político dos primeiros dias de gestão.
A decisão de recuperar as funções básicas de um governo se tornou um ativo valioso. De saída, Lula resgatou programas de combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal, atividades abertamente incentivadas por Bolsonaro. O novo presidente também reativou o esnobado Fundo Amazônia.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, assumiu a promessa de defender os direitos humanos. O chefe da diplomacia, Mauro Vieira, se dispôs a resgatar a relação do Brasil com o mundo. Seriam obviedades se os antigos ministros não executassem políticas na contramão das atribuições de suas pastas.
O retorno aos trilhos da sensatez também rendeu pontos. O Ministério da Justiça revogou o oba-oba das armas de fogo, enquanto a ministra da Saúde disse que deve derrubar decisões como a nota técnica que liberou a cloroquina na pandemia.
A nova equipe sabe, no entanto, que a lua de mel não será tranquila. A máquina do governo pode levar tempo para voltar a funcionar, inclusive na fiscalização ambiental e de armamentos. Além disso, não há dinheiro em caixa e apoio garantido no Congresso para retomar as ações prometidas em todas as áreas.
Aliados do presidente dizem que é urgente reverter as piores marcas dos anos Bolsonaro, mas apontam que o desafio é maior. Para eles, nenhum ganho político será suficiente se Lula não conseguir entregar avanços significativos na economia.
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