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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Centrão conseguiu manter afilhado em cargo na Saúde

Ministra demitiu indicado de Lira de cargo em Alagoas no início do governo e cancelou decisão 4 dias depois

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Nísia Trindade resistiu à gula do centrão no primeiro ano de governo. Há poucas semanas, a ministra da Saúde renovou seus votos: defendeu o critério de distribuição de verba da pasta, alvo de fúria do bloco, e fez uma exibição de autoridade ao dizer que nunca recebeu "nenhuma pressão para nomeação de cargos".

O cargo mais cobiçado pelo centrão é justamente o de Nísia. Com o apoio de Lula, ela evitou que a Saúde fosse entregue aos partidos do grupo. Mas o bloco furou uma barreira para ficar com um posto estratégico na pasta, num episódio que o ministério preferiu abafar.

O governo segurou um afilhado do presidente da Câmara, Arthur Lira, no comando da superintendência do Ministério da Saúde em Alagoas. Com o padrinho que tem, Carlos Casado foi um dos únicos chefes de escritórios estaduais da pasta que sobreviveram à transição de Jair Bolsonaro para Lula.

A permanência de Casado é um exemplo nítido das relações entre o governo e o centrão. Ele chegou a ser demitido em 9 de fevereiro de 2023. Quatro dias depois, Nísia assinou uma portaria que reverteu a exoneração. Integrantes do governo dizem que Lira entrou em campo para mantê-lo no cargo. O Planalto achou melhor evitar uma crise precoce com o presidente da Câmara.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, em evento com o presidente Lula (PT) e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha - Pedro Ladeira/Folhapress

As superintendências estaduais gerenciam contratos do Ministério da Saúde com ONGs, empresas e universidades —ferramentas cobiçadas devido à influência que têm nas bases eleitorais dos parlamentares.

Casado chegou ao órgão em 2017, como chefe de divisão. Foi promovido a superintendente em 2019 e ficou no posto desde então. Antes disso, atuou como gerente na rede de salões de cabeleireiro de sua família. Seu pai é um dos diretores da Codevasf, também apadrinhado por Lira.

O Ministério da Saúde não quis comentar a participação de Lira na indicação. Só informou que a nomeação de superintendentes "é de competência exclusiva do titular da pasta". Carlos Casado não respondeu às perguntas feitas pela coluna.

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