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Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

Descrição de chapéu

Presença de Marina

Ex-ministra pode estabelecer pontes, para Lula, com grupos decisivos para uma vitória no 1º turno

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O candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em reencontro com Marina Silva, sua ex-ministra do Meio Ambiente (2003-2008), que apresentou propostas de sustentabilidade; ela foi candidata adversária do PT nas campanhas presidenciais de 2010, 2014 e 2018 - 11.set.22/Reprodução @LulaOficial no Twitter

"Perco o pescoço, mas não perco o juízo". Marina Silva era ministra do Meio Ambiente de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, quando respondeu com essa frase às críticas do Palácio do Planalto de que ela conduzia uma gestão "fundamentalista" no ministério, que atrapalhava planos da dita ala desenvolvimentista do governo.

Foi o começo de uma sequência de atritos que levaram à sua saída da Esplanada e, mais tarde, do PT.
Desde então, Marina teve uma trajetória com altos e baixos. Mas ela mostra que tem a cabeça no lugar ao se reaproximar de Lula na conjuntura excepcional que o Brasil atravessa, com inédita violência político-eleitoral: dois assassinatos de petistas, intimidações a candidatos nas ruas, insistência de militares em se meter na apuração e ameaças de vencer a eleição "na bala", como disse um deputado bolsonarista, no Ceará.

Marina tem consciência das dificuldades para implantar a agenda ambiental numa aliança tão ampla e cheia de contradições como a de Lula. Tanto que se referiu a um eventual terceiro mandato do ex-presidente como um governo de "transição". Mas ela sabe também que seu prestígio internacional e legitimidade no setor a credenciam como uma voz proeminente em qualquer discussão sobre clima e meio ambiente.

Lula tem muito a ganhar com a presença de Marina em sua órbita. Ela pode estabelecer pontes com grupos sociais decisivos, como os evangélicos e uma parcela verde da classe média distante do PT, no esforço para resolver a eleição no primeiro turno. Além dos ganhos eleitorais, o reencontro dos dois é um símbolo poderoso de um país que tenta reconquistar a civilidade perdida.

O exemplo de ambos deveria inspirar outros movimentos de reconciliação. O alvo natural de um gesto como esse deveria ser Ciro Gomes.

O candidato do PDT, no entanto, arrisca um melancólico fim de carreira, arrastando também o partido criado por Leonel Brizola. Entre seus correligionários, já há deslocamentos na direção do voto útil em Lula.

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