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Os bancos centrais são um erro

Na Escócia, Biblioteca de Erros mostra as intervenções na economia financeira

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No início deste mês, visitei a fria e úmida Edimburgo, na Escócia, durante alguns dias, para dar uma palestra sobre a ciência econômica e a economia.

Correu tudo bem, obrigada. Um ponto alto foi a visita à casa reconstruída de Adam Smith, onde ele morou na velhice com sua mãe. Outro destaque foi um almoço com uma amiga, Jo Clifford, uma dramaturga, também transgênero, que escreveu em 2010 uma peça hilariante e humana chamada "The Tree of Knowledge" [A Árvore do Conhecimento], sobre Adam Smith e David Hume voltando em trajes do século 18 para a Edimburgo moderna e descobrindo que hoje na Escócia, assim como no Brasil desde que a sodomia foi excluída do código penal em 1830, você pode amar quem quiser.

Há poucas dúvidas de que Smith, assim como Sócrates, Michelangelo, Shakespeare, Immanuel Kant e Paulo Barreto eram gays, ilustrando o que ganhamos com a diversidade liberal que fascistas como Putin, Trump e Bolsonaro detestam.

Ilustração de Adam Smith - João Montanaro

Outro destaque entre muitos sob a chuva foi um seminário sobre o método da economia numa surpreendente Biblioteca de Erros.

A biblioteca, fundada em 2014, é a maior coleção de livros sobre história financeira na Escócia. Por que "erros"? Porque o tema da biblioteca é que a intervenção na economia financeira tem sido, repetidamente, um erro.

A biblioteca, por exemplo, tem muitos livros sobre John Law (1671-1729), um brilhante vigarista escocês que assumiu as finanças do Estado francês, destruindo sua economia, e depois causou a primeira catástrofe financeira moderna, a Bolha dos Mares do Sul, em 1720.

Curiosamente, o homem mais inteligente do mundo na época, o já então idoso Isaac Newton, investiu na bolha, saiu logo e ganhou uma fortuna; aí percebeu que o preço das ações continuava subindo, voltou e perdeu sua fortuna. Rarará, um dos primeiros casos de como é bobagem pensar que ser esperto, em vez de sábio, pode torná-lo rico.

No entanto, continuamos a pensar que intervenções inteligentes em bancos, em taxas de câmbio, no mercado de ações e na oferta monetária por pessoas inteligentes podem ser tudo menos um erro. Os bancos centrais são um erro. O monopólio estatal do dinheiro é um erro. A indústria de consultoria financeira é um erro.

Vamos parar de cometer erros.

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