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Jornalista e comentarista de política

O centro no vácuo

O campo do centro se acomodou sob o manto quentinho das torcidas apaixonadas

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O eleitorado brasileiro está com a polarização e não abre. As pesquisas de opinião mostram isso, e a atitude dos políticos comprova disposição de seguir a tendência de se abrigar sob o manto dos torcedores obstinados. Sempre reclamando da divisão radicalizada e maniqueísta, mas apelando a uma pacificação que mais parece da boca para fora.

Não se vê ninguém realmente empenhado em abrir caminho para o trânsito numa avenida central. As tentativas frustradas de 2018 e 2022, tudo indica, levaram a um desânimo/conformismo paralisante. Contribuíram para isso as reiteradas previsões de que a construção de uma terceira via estaria fadada ao fracasso.

Montagem une os rostos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva; polarização entre os dos campos políticos sofreu pouca alteração desde a eleição de 2022 - Adriano Machado/Reuters - REUTERS

Aquele tipo de profecia que se cumpre em si. Houve incompetência por parte dos artífices de possíveis alternativas e houve também uma forte campanha contra. Os chamados "isentões" eram alvos de chacotas, por vezes justificadas, erraram muito e acabaram se perdendo. Levaram o centro ao vácuo em que se encontra. A saída talvez esteja na fidelidade a convicções e firmeza na aplicação dos propósitos. Com isso, voltamos às profecias autorrealizáveis. No caso, ao combate aos ataques antidemocráticos por parte do Supremo Tribunal Federal.

Se o STF tivesse se rendido às ironias e não atuasse com rigor na crença do seu efetivo funcionamento, talvez tivéssemos a profecia da disfuncionalidade cumprindo a si mesma.

Assim como o tribunal não se aliou às previsões pessimistas e pretensamente engajadas de que o retrocesso era inevitável, pois a crença na funcionalidade das instituições seria obra de ingênuos, aos pretensos arquitetos da avenida central caberia, quem sabe, uma sacudida de poeira rumo à volta por cima.

Isso, contudo, depende de vontade e empenho, atributos a respeito dos quais não se vislumbram sinais. Parecem todos acomodados aos ditames das paixões num ambiente quentinho, mas improdutivo às necessidades de evolução da cena política nacional.

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