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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

O PT e Ciro no golpe do plebiscito

Uma consulta popular logo depois de uma eleição presidencial é golpe demagógico.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, com Ciro Gomes, em convenção na sexta-feira (20), no DF - Pedro Ladeira - 20.jul.2018/Folhapress

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Ciro Gomes e Rui Falcão, ex-presidente do PT, avisaram que em suas plataformas está a convocação de um plebiscito ou de um referendo para ratificar suas propostas caso vençam as eleições de outubro.

Ciro defendeu a convocação desse mecanismo para decidir o destino de um projeto de reforma da Previdência. Dias depois, Falcão falou em "reverter as reformas desastradas do Temer por plebiscito ou referendo". (Num plebiscito os cidadãos escolhem alternativas previamente, num referendo, aprova-se ou rejeita-se uma proposta posteriormente.)

Quando deputado, o petista José Dirceu apresentou um projeto propondo que os acordos para o pagamento da dívida externa fossem submetidos a um referendo popular. Diante da perspectiva de poder, o comissariado fez a "Carta aos Brasileiros" e mudou de assunto.

Desde 2001, Ciro Gomes defende a realização de plebiscitos, inclusive para decidir a questão previdenciária. Ele chamava essa girafa de "terceiro turno".

A ideia de uma consulta popular direta logo depois de uma eleição presidencial é um golpe demagógico. Seu objetivo é o emparedamento do Congresso. Esse truque fez o gosto de Hugo Chávez na Venezuela e deu no que deu. No Brasil de 2018 o pescoço da girafa cresce quando se vê que os candidatos estão costurando alianças com partidos devastados pela Lava Jato.

Trata-se de um jogo de perde-perde para o regime democrático, pois ao seu final haverá um presidente imperial esmagando um Parlamento cuja caciquia Ciro Gomes cortejou em busca de tempo de televisão. Uma pessoa disposta a votar em Ciro pode achar a ideia boa. E se o poste de Lula ganhar a eleição?

Se um candidato tem o que oferecer, poderá fazê-lo durante a campanha que começa daqui a pouco. Se der, deu. Se não der, não deu.

 

Leia outros textos da coluna deste domingo (22)

- As vivandeiras querem Bolsonaro
- Sepúlveda Pertence perdeu o passo ao tentar tirar Lula do regime fechado

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do inicialmente indicado, um plebiscito não é “uma escolha entre várias alternativas”, é uma consulta prévia que se faz aos cidadãos sobre um ato governamental. O referendo consiste numa consulta posterior.

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