Moradora do bairro da Tristeza, em Porto Alegre, Madonna Fernanda, 28, embarcaria na sexta-feira (3) com destino ao Rio de Janeiro para ver o show de sua xará. Ao chegar no aeroporto Salgado Filho, porém, a pista estava alagada e ela não pode decolar.
A concessionária Fraport Brasil afirmou nesta segunda-feira (6) que ainda não há previsão de retomada das operações. "Demorei três horas para sair do bairro [onde fica o aeroporto], a área foi muito afetada", conta a Madonna à coluna. Desde sábado (4), a casa onde ela vive com o seu filho, de dois anos, e seus pais está sem água.
Desde então, a família tem comprado galões de água potável, cada vez mais escassos nos mercados e difíceis de achar. "Estamos usando para lavar louça e fazer a higiene básica da básica. Não podemos gastar água à toa. Não temos caixa d’água", conta.
"Meu filho tem dois anos, então é complicado. Os preços aumentaram muito. O pessoal está se aproveitando do momento. O galão de 20 litros de água, da última vez que compramos, estava custando R$ 60. Até o pão [de forma] dobrou o preço", conta.
"Agora, não tem mais [nos mercados de seu bairro]. Estamos falando com um fornecedor, e a previsão é ter mais em estoque amanhã", segue Madonna. A creche do seu filho foi fechada, mas ela tem conseguido sair para trabalhar.
"Temos sorte que ficamos em um lugar alto, e o meu trajeto ainda está livre, mas estamos com medo. Já há regiões aqui perto que estão alagando", afirma ainda.
Nomeada em homenagem à rainha do pop, Madonna foi convidada pelo Itaú, patrocinador do show em Copacabana, para assistir à apresentação. Como mostrou a coluna, ela iria acompanhada da mãe.
"Está doendo muito ainda, minha mãe perdeu até o emprego, [pois] o chefe dela não aceitou dar dois dias de licença para ela realizar esse sonho comigo [e ir viajar]", conta Madonna. "É uma sensação de derrota, infelicidade e decepção. Para nós, foi um sonho não realizado, mas para a população do Rio Grande do Sul é viver em um pesadelo, as águas não param de subir"
A capital gaúcha vive uma enchente de proporções históricas. O governo federal reconheceu no domingo (5) estado de calamidade pública em 336 municípios do Rio Grande do Sul.
Até a manhã desta segunda, haviam sido confirmadas 83 mortes em decorrência da tempestade que atingiu a região ao longo da última semana.
CONTO DE AREIA
A cantora Vanessa da Mata se prepara para o que ela define como um "desafio gigante": estrear como atriz. O debute já tem data e lugar para acontecer. Em 2 agosto, no Teatro Bravos, em São Paulo, ela subirá ao palco como a estrela do musical "Clara Nunes, A Tal Guerreira".
Vanessa afirma ser fascinada pela cantora. "Acho ela muito pouco representada, muito pouco falada no Brasil." A direção do espetáculo é assinada por Jorge Farjalla (na foto, ao lado de Vanessa), que também é responsável pelo texto ao lado de André Magalhães.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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