Siga a folha

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Dallagnol e seu 'agora ou nunca'

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Lidas em bruto, as mensagens obtidas pelo Intercept Brasil podem saturar ou até confundir um curioso. Olhadas no contexto em que aconteceram, chegam a surpreender.

No dia 24 de outubro do ano passado, o procurador Deltan Dallagnol escreveu o seguinte para seus colegas: "Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos alguma chance?. (...) Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk".

Dallagnol queria que se fizesse uma operação de busca e apreensão em cima do ex-governador da Bahia, que acabara de se eleger para o Senado.

Uma procuradora argumentou que isso já havia sido feito e "nem sei se vale outra". Dallagnol respondeu: "Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra busca e apreensão até, por questão simbólica". 

O que haveria de simbólico num teatro da polícia varejando a casa de Jaques Wagner?

Até julho, ele havia sido o plano B do comissariado petista como alternativa de candidato à Presidência. Eleito senador pela Bahia, Jaques Wagner entrou na segunda semana de outubro tentando costurar uma frente de apoio a Fernando Haddad para o segundo turno. A conversa de Dallagnol com os procuradores aconteceu quatro dias antes da votação.

Uma operação de busca e apreensão na casa do petista que tentava moderar as bandeiras vermelhas estava pra lá de simbólica. Quando Dallagnol diz que o assunto era "urgentíssimo", "tipo agora ou nunca", queria a cena para já.

A turma da Lava Jato pode dizer que trabalhou com isenção e dentro das normas legais, mas o doutor Dallagnol deve admitir que no dia 24 de outubro estava armando uma cama de gato contra um grão-petista, em busca de algo "simbólico".

​Cabral busca um ninho ​

O Ministério Público se recusou a negociar um acordo de delação de Sérgio Cabral. Ele está tentando com a Polícia Federal.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas