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Jornalista, autor de "Desastre Global - Um Ano na Pior Crise desde 1929". Vencedor de quatro prêmios Esso.

Com esquerda perdida, Temer prepara 'voo da galinha'

Enquanto Lula sufoca oposição, presidente apronta 'bondades' para eleição

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Temer com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão - Ricardo Moraes-20.fev.18/Reuters

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Com a intervenção no Rio e o abandono da Previdência, Michel Temer se lança informalmente à Presidência trocando uma reforma impopular pela agenda populista de Jair Bolsonaro.

Temer nada tem a perder e já mostrou falta de retidão e capacidade de mobilização política ao barrar as duas denúncias da PGR no ano passado, que custaram o fim, no Congresso, do apoio à Previdência.

 
A “ponte para o futuro” das reformas inadiáveis sai e o foco agora é o futuro de Temer e sua perspectiva de ser processado fora do cargo em 2019.
 
Temer tem só 6% de aprovação. Mas pode ser empurrado por um bom impulso da economia e por seu MDB ainda controlar 20% das prefeituras, onde o apoio miúdo dos prefeitos é importante.
 
O presidente conta ainda com a extraordinária falta de rumo da esquerda, incapaz de se organizar em torno da popularidade minúscula de Temer e sufocada pela candidatura sem futuro de Lula.
Nesta semana, PT, PDT, PC do B, PSB e Psol lançaram no Congresso o documento “Unidade para Reconstruir o Brasil”. Anunciado como projeto da esquerda para a eleição, o diagnóstico (no século 21) é que há uma “tentativa das grandes potências capitalistas de subordinarem nosso país aos ditames de uma ordem neocolonial”.
 
A solução? “A retomada do crescimento econômico associado à redução das desigualdades, geração de empregos e distribuição de renda”.
 
Como não pensamos nisso antes?
 
Quando a eleição chegar, é provável que o PIB esteja “rodando” perto de 4%, com a inflação no piso da meta. Sem reajuste desde 2016, o Bolsa Família (que chega a ¼ dos brasileiros) terá aumento real e o desemprego deve seguir caindo.
 
Temer também está autorizado pelo Congresso a encerrar 2018 com um deficit de até R$ 159 bilhões, acima do realizado em 2017, o que abre espaço para “bondades”.
 
O tal “feel good factor” na população, portanto, tende a favorecer Temer, apesar dos seus 6%.
 
No longo prazo, porém, nada disso é sustentável. Sem as reformas que o presidente agora abandona, o Brasil está novamente na pista para mais um clássico “voo da galinha”: o país decola depois da forte recessão e se estrepa de novo à frente. 

Com ou sem Temer.

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