Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.
Bolsonaro antecipa 1º de abril e prega enorme pegadinha no planeta
Presidente gostou tanto de brincadeira que resolveu transformar em Dia da Mentira todos os dias, até 2022
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Após o adiamento das eleições municipais e do Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para mudar mais uma data comemorativa. Para seu discurso na Assembleia Geral na ONU, antecipou o
Dia da Mentira, que cairia em 1º de abril de 2021, para a última terça-feira, dia 22 de setembro.
Para inaugurar a data em grande estilo, Bolsonaro pregou uma enorme pegadinha em todo o planeta. “Como ninguém soube da mudança da data, só ele se divertiu”, disse um dos assessores de miojo do Palácio do Planalto.
Assim como sua arma preferida, a metralhadora, o presidente foi capaz de disparar centenas de mentiras por segundo, mostrando que tem, sim, algum talento.
A começar pelo alerta de que, na pandemia, seu governo tinha “dois problemas a resolver, o vírus e o desemprego”. Em uma clara referência a Sérgio Mallandro, João Kleber e Ivo Holanda, o autor da expressão “gripezinha” estava fazendo uma pegadinha.
Inspirado nos shows de piadas de Ary Toledo, tirando as partes que faziam a plateia rir, Bolsonaro contou que “não faltaram hospitais e meios de atender aos pacientes de Covid”. “Cheguei a acreditar que vivia na Nova Zelândia”, disse uma espectadora de Pernambuco, um dos estados cujo o sistema de saúde entrou em colapso.
A declaração de que “floresta úmida não permite a propagação do fogo em seu interior” preocupou até proprietários de saunas secas. “Fiquei com medo de me incendiar assim, do nada, em meu interior”, desabafou um frequentador de spa.
Quando o presidente citou as parcelas do auxílio emergencial, que “somam aproximadamente US$ 1.000 para 65 milhões de pessoas”, foi numa clara homenagem a Paulo Guedes, o ministro da Economia que não sabe fazer conta.
O ponto alto do pronunciamento fictício foi quando Bolsonaro responsabilizou “o caboclo e o índio” pelas queimadas nas florestas. Assessores tiveram de fazer um grande esforço para não rir e estragar a grande peça pregada pelo capitão em todo o planeta.
“Parabéns, meu presidente. Antecipar o Dia da Mentira foi uma das grandes iniciativas do seu governo”, comentou o perfil @sandra123450355, no Twitter.
Embora muitas pessoas tenham se ofendido com o pronunciamento, Bolsonaro gostou tanto da brincadeira que resolveu transformar em Dia da Mentira todos os dias, até as eleições de 2022.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters