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Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Descrição de chapéu Todas

Conheça adaptações do Hino Nacional

Em uma delas, canta-se que 'Dom Pedro tira a calça e mostra a bund@'

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Um comício do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, na última terça-feira (27), causou polêmica nas redes sociais ao transmitir o Hino Nacional com parte da letra em vocabulário neutro.

Não que a cantora Yurungai, intérprete da versão, tenha cantado o hino inteiro em gênero neutro, algo como "Ouvire de Ipirangue, es margens placides" e assim por diante. A artista alterou na última frase da última estrofe a expressão "dos filhos deste solo" por "des filhes deste solo".

Para os conservadores, a mudança foi uma blasfêmia contra a pátria. Já os progressistas consideram que a versão deu munição aos apoiadores do candidato a prefeito e coach do ódio, Pablo Marçal.

De fato, existe uma Lei Federal dos Símbolos Nacionais que determina que o hino deve ser executado integralmente. Mas é curioso que só agora o cidadão patriota se incomode com a adaptação da música.

Desde que a letra foi escrita por Osório Duque Estrada, em 1922, o Hino Nacional é adulterado por seus intérpretes, seja por desconhecimento da letra, seja por puro gesto fanfarrão.

De fato, a letra é complicada e algumas partes são difíceis de pronunciar, Vanusa e Fafá de Belém que o digam. Não é raro os cantores mais distraídos deixarem escapar um "conquistar um braço forte", um "se o senhor conserta Marte" e uma "perna dourada".

Outros intérpretes alteram a letra para fins cômicos. Quem nunca cantou uma paródia do Hino Nacional não teve infância. Há quem cante: "Ouviram do Ipiranga à Barra Funda". Ou "Dom Pedro tira a calça e mostra a bunda".

Outros, desafiando radicalmente o patriotismo, completam: "E o soldado, inteligente, corta o pinto pra fazer cachorro-quente".

Já no Rio Grande do Sul, entoam a versão extremamente gaúcha: "Ouviram das pitangas, bergamota, eu vi a tua vó virar cambota".

Mas essas versões não perturbam o cidadão "patriota", que defende a liberdade de expressão quando lhe convém. Nem as queimadas que há meses atingem a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal e, agora, o estado de São Paulo. Muito menos as chuvas que quase destruíram o Rio Grande do Sul.

O que perturba o cidadão de bem patriota? Uma única estrofe do Hino Nacional ser cantada em gênero neutro.

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