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Carlos Bolsonaro diz que conversou com Marçal e afirma que ambos querem rumar na mesma direção

Campanha do ex-coach e lideranças bolsonaristas estabeleceram pontes nesta semana, como antecipou a coluna

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O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) afirmou, na noite desta quarta-feira (28), que conversou com o ex-coach Pablo Marçal (PRTB). E disse que os dois estão dispostos a superar divergências para "rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil".

A conversa marca uma trégua inédita entre os dois, que vinham trocando ataques nos últimos dias. Marçal chamou Carlos, repetidas vezes, de "retardado".

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio de Janeiro, investigado no caso da Abin Paralela - Ricardo Moraes - 29.set.2022/Reuters

"Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", escreveu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Falamos sobre o 7 de setembro, censura e tudo que o país vem atravessando já há muito tempo. Outro ponto focal em que fiz questão de frisar é que não existe a formação de um gabinete direcionado para nenhum tipo de ação e que ambos sofremos cobranças naturais no processo em que estamos dispostos a atravessar e o sentimento que as pessoas têm quando esse assunto é abordado", disse ainda.

"Tenho certeza que com coração mais leve, São Paulo, Rio de Janeiro e o Brasil têm a oportunidade de cumprir as demandas que o povo realmente anceia [sic]", seguiu.

"Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saíamos todos mais fortes para um Brasil que os brasileiros desejam", finalizou Carlos Bolsonaro.

A coluna antecipou que a campanha de Marçal e lideranças bolsonaristas estabeleceram pontes nesta semana para tentar unificar a chamada direita em torno do autodenominado ex-coach em São Paulo.

Emissários como Filipe Sabará, responsável pelo plano de governo de Marçal, têm mantido diálogo intenso com parlamentares e dirigentes políticos ligados a Bolsonaro.

A ideia é que grandes estrelas bolsonaristas comecem a declarar apoio a Marçal, saltando do barco do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, para o do empresário.

Com isso, criariam um movimento que poderia trazer a própria família de Jair Bolsonaro para a campanha —ou ao menos mantê-la distante da campanha de Nunes.

Os argumentos dos que discutem a adesão a Marçal são diversos. O primeiro deles, o de que com o ex-coach a direita poderia assumir sozinha o comando de São Paulo —sem dever nada a políticos do centrão como Valdemar Costa Neto, ou do MDB, partido de Ricardo Nunes.

O outro é o de que Marçal não está interessado em disputar qualquer cargo para o Parlamento. O risco de ele atropelar Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é candidato ao Senado em 2026, portanto, estaria afastado.

Restaria o risco de Marçal ser candidato a presidente em 2026. Mas ele tem repetido que não tentaria a vaga caso Bolsonaro seja candidato.

A família Bolsonaro partiu para o ataque a Marçal na semana passada, mas recuou depois que seus perfis nas redes sociais foram inundados de críticas de seguidores bolsonaristas, que defendem que o ex-presidente apoie o empresário.

Foi a primeira vez que uma investida da família contra um político de direita não teve resultado. Ao contrário de quando atacou Sergio Moro, Joyce Hasselmann e Alexandre Frota, por exemplo.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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