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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Descrição de chapéu São Paulo

O que fazer com Pablo Marçal?

Candidatos antissistema, que não jogam pelas regras, representam um desafio para a democracia

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São Paulo

Sei que muita gente só assiste a debates eleitorais para "ver sangue". Para esses, a participação de Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura paulistana, é garantia de diversão. Mas, para a porção do público que ainda vê debates como uma oportunidade para discutir propostas e avaliar o desempenho de candidatos em condições de mundo real, Marçal não passa de um estorvo.

O candidato, que concorre na faixa da direita mais radical, é um provocador que parece incapaz de seguir as regras acordadas. Está lá só para gerar imagens de confronto que depois serão editadas e colocadas na internet, terreno em que reina absoluto.

O influenciador Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo, no debate Faap/Estadão/Terra - Bruno Santos/Folhapress

O problema específico de Marçal nos debates é fácil de resolver. Basta que os organizadores desses eventos não o convidem para participar. Essa solução, contudo, apenas mascara o problema mais geral de como lidar com candidatos antissistema, que se valem das regras da democracia quando elas os beneficiam, mas não hesitam em violá-las quando lhes convém.

A primeira linha de defesa contra esses tipos deveriam ser os partidos políticos. Eles deveriam selecionar muito bem quem lançam como candidatos, em especial para cargos majoritários. No Brasil, com mais de duas dezenas de siglas, isso nunca funcionou direito. Mas é preocupante que partidos tenham deixado de atuar como guardiões até nos países em que desempenhavam bem esse papel, como era o caso dos EUA até Trump.

Outra ferramenta defensiva, disponível no Brasil, é a Justiça Eleitoral, que tem o poder de excluir candidaturas. Esse, contudo, é um recurso que precisa ser usado com muita parcimônia e apenas para casos gritantes, pois o remédio tem ele próprio uma dimensão antidemocrática.

Há, por fim, o eleitor, que poderia e deveria rejeitar quem não joga de acordo com as regras. E é aí que está o problema. Quando a maioria já não acha que vale a pena preservar o sistema, ele pode mesmo soçobrar.

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