Siga a folha

Descrição de chapéu indígenas

Objetivo sinistro de Bolsonaro continua ativo

Visita do presidente a um garimpo ilegal, em terra indígena de Roraima, foi duas vezes criminosa

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Um presidente da República em visita a um garimpo de criminosos. Sobre a pessoa e sobre o país, não é preciso dizer mais nada. Importa a visita: o objetivo sinistro de Bolsonaro continua ativo.

Sem qualquer finalidade governamental e sem explicação pública, a visita de Bolsonaro a um garimpo ilegal, em terra indígena de Roraima, foi ela mesma duas vezes criminosa.

Pela solidariedade e incentivo, como autoridade formal, à prática criminosa de garimpo clandestino e do decorrente contrabando de minerais preciosos. E criminosa ainda, da parte de Bolsonaro, por apoio a invasão de terra indígena.

Bolsonaro usa cocar durante discurso em terra indígena - Reprodução/vídeo

Tudo o que se passou na área de Flechal corresponde, no nível urbano, à visita cordial a uma milícia. Com a diferença de que não consta o encontro no garimpo criminoso, por Bolsonaro, de amigos e velhos correligionários. Assim mesmo, não se sabe.

Certo é não se tratar de um fato para ser esquecido. O garimpo visitado já é criação de Bolsonaro.

Surgiu entre as invasões de terras indígenas, ianomâmi sobretudo, que se seguiram às promessas, repetidas no início do governo, de próxima legalização do extrativismo clandestino.

A legalização não veio, com vários projetos vagando pelo Congresso, mas Bolsonaro criou proteções para o crime: arruinou a fiscalização, proibiu a destruição de equipamentos apreendidos, devastou o Ibama, imobilizou a Funai e deixou em suspenso mais de 800 demarcações.

Garimpeiros, desmatadores, madeireiros e contrabandistas são, por definição, desordeiros. Armados. Como parte da criminalidade sem paletó, preferem a prudente abstenção ao aparecimento para votar.

Logo, Bolsonaro não foi fazer campanha eleitoral. Foi excitar, com promessas à criminalidade e acusações aos opositores delas. A mensagem e seus efeitos difundem-se depressa aos destinatários distantes.

A atenção aos encaminhamentos antidemocráticos de Bolsonaro entrou em recesso.

Mas a incitação aos violentos, para possível uso, continua sendo a alternativa para quem está sob risco sempre maior, tanto de derrota eleitoral como, nesse caso, de pagar alguma coisa por seus próprios crimes.

Leia outro trecho da coluna de Janio de Freitas

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas