A morte de Geraldo Brindeiro, consagrado como engavetador-mor da República, agrava a situação de Augusto Aras.
Na condição de sucessor de Brindeiro, Aras se verá cercado por disposições muito mais hostis do que houve no governo Fernando Henrique.
Nesse sentido, o senador Omar Aziz foi de franqueza rara, na entrega do relatório da CPI ao procurador-geral da República:
"A sua responsabilidade é muito grande. O líder do governo na Câmara disse lá que em 30 dias o senhor vai arquivar esse assunto. Não é qualquer um dizendo, é o líder do governo. Veja bem, doutor Aras. Isso seria muito grave".
Aras recitou a decoreba indefinida. Não a precaução típica, mas o vazio de quem não é capaz de merecer confiança. Nem a de Bolsonaro.
Só conveniência
As máscaras e o distanciamento são toleráveis sem maior exigência. Não impõem mudança de hábito importante, não pedem atenção além do mínimo e trazem benefícios até impressentíveis.
Apesar disso, as populações da pandemia dividem-se entre os ansiosos por se livrarem das máscaras, como já fazem com o distanciamento, e os que a recusam de todo.
Com os primeiros, estão os chefes de governo, os governadores e os prefeitos, próximos da unanimidade, aflitos para comunicar o fim até das restrições leves. E comunicando-a.
Os casos de novas ondas de infectação, passadas algumas semanas de "volta ao normal", continuam mundo afora.
A derrubada das máscaras pelos governantes, também.
Vá lá que as massas sejam manadas pouco racionais, mas a questão que se põe aos governantes é a das responsabilidades do cargo.
Não é a isso, porém, que seu açodamento liberatório corresponde. É a conveniências de política pessoal, ambições alheias ao interesse público.
Algumas semanas para consolidação da "volta ao normal", ou seu oposto, não pesam sobre mais de 18 meses de pandemia.
Peso terrível é o da precipitação contra proteções e cai sobre o governante: cabe-lhe parte da responsabilidade pela onda de recrudescimento. E nela, eles esquecem, há mortes.
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