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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Copa do Mundo

Nos tomaram uma semana

Não tinha dúvida de que a seleção brasileira ficaria entre as quatro primeiras

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São Petersburgo

Rara leitora, raro leitor, esta não é a coluna que eu gostaria de escrever na segunda-feira antes da primeira semifinal da Copa do Mundo de 2018.

Estava preparado, porque não tinha dúvida de que a seleção brasileira ficaria entre as quatro primeiras, para falar do quinto jogo entre Brasil e França por Copas do Mundo.

Diria que agora a França era o Brasil, porque favorita, mais talentosa e encantadora, o que não significaria necessariamente ser a finalista, porque em 1958 era também a favorita e perdeu e em 1986, 1998 e 2006 não era e derrotou os brasileiros. Mas, antes da França, a Bélgica foi o Brasil.​

Porque seus talentos brilharam mais que os nossos e foram competitivos do primeiro ao último minuto.

Passo, então, a imaginar sobre o que poderemos ver nesta terça (10), com o goleiro Courtois, De Bruyne, Hazard e Lukaku de um lado e com o também goleiro Lloris, Varane, Pogba, Griezmann e Mbappé do outro, com Dembélé no banco. De cara é possível garantir que será o embate que reunirá mais talento nesta Copa.

Inglaterra e Croácia não chegam nem perto de desfilar tantos craques, embora os croatas os tenham mais que os súditos de Sua Majestade, e uma final de França ou Bélgica contra qualquer um dos outros dois semifinalistas também não desfilará.

Não escrevo a coluna que quero nem sou capaz de ficar de luto porque meu time perdeu, embora fique triste.

Porque tenho do ganhar e perder no esporte uma visão que suponho saudável, principalmente ao ser capaz de reconhecer os méritos do vencedor em vez de só procurar os defeitos de quem perdeu --o que não o faz um perdedor. E é bom irmos nos acostumando porque a tendência é a mesma que se vê entre os clubes, isso é, o absoluto domínio dos europeus.

Mais organizados, melhores gestores, por isso, também, mais ricos, e hoje tão ou mais talentosos, além de menos corruptos, porque sem tanta impunidade.

Daí o último clube sul-americano campeão mundial ter sido o Corinthians, seis edições atrás, e a última seleção, a brasileira, há quatro.

De resto, é como disse ao meu irmão Beto o já falecido deputado estadual gaúcho Carlos Araújo, ex-marido e pai da filha da ex-presidenta Dilma Rousseff, quando a Itália eliminou o Brasil na Copa de 1982: "Roubaram uma semana de nossas vidas".

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