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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Libertadores

Era tão previsível a vitória do Flamengo em Itaquera que fez graça quem duvidou

Corinthians perdeu por 2 a 0 e deveria ter perdido por mais; elementar que o talento prevaleça

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É objetivamente idiota repetir que no futebol tudo pode acontecer, até o Corinthians eliminar o Flamengo no jogo de volta no Maracanã.

Como era facilmente previsível que o Flamengo venceria o Corinthians em Itaquera.

Se não, vejamos.

O alvinegro fez três retumbantes contratações para disputar a Libertadores neste ano: Paulinho, Renato Augusto e Willian.

Os dois primeiros estão fora de combate e nem eram cogitados para o jogo de ida. O terceiro, com problema muscular, ficou fora horas antes de o Clássico do Povo começar.

A razão para as três baixas é clara: fadiga de materiais, previsível desde que tantas contratações envelhecidas foram anunciadas com pompa e circunstância em Parque São Jorge.

Com o que o Corinthians entrou em campo com seis jogadores formados em casa e com mais cinco da base no banco.

O talentoso Dom Arrascaeta comemora seu gol seguido pelo talentoso Pedro; foi 2 a 0, deveria ter sido mais - Nelson Almeida - 2.ago.22/AFP

Perdeu por 2 a 0, deveria ter perdido por mais, mas poderia ter sido derrota menos custosa caso não tivesse gastado tanto com os veteranos que nem no banco ficaram.

Elementar.

Tão elementar como observar que do outro lado havia um time com jogadores tão decisivos como Dom Arrascaeta, Gabigol, Pedro, Éverton Ribeiro, para não citar Cebolinha, Arturo Vidal, todos também caríssimos, com a diferença de que o saneado Flamengo pode fazer tais investimentos e o endividado Corinthians não pode.

Quando o sorteio do torneio continental determinou o cruzamento dos dois times mais populares do país, era possível imaginar alguma chance para os paulistas caso pudessem estar completos. Não puderam e levaram o baile que levaram no segundo tempo.

Os cariocas comeram o pão que o diabo amassou até equilibrar suas contas.

O Corinthians, ao recorrer ao doping financeiro —devo não nego, pago quando puder, mas continuo gastando mesmo que você me cobre—, não disputou a final do campeonato estadual, está praticamente sem chances de ser bicampeão continental, terá de desfazer o 2 a 0 imposto pelo fraco Atlético Goianiense para chegar às semifinais da Copa do Brasil e tem poucas ilusões de que possa ser campeão brasileiro pela oitava vez.

Corinthians gasta muito com Willian e Renato Augusto, que não estavam à disposição no importante confronto com o Flamengo - Rodrigo Coca - 30.out.21/Ag. Corinthians

Já havia cometido a irresponsabilidade de pagar um montão para ter Luan, que vinha de dois anos sem brilho no Grêmio, com problemas mais que conhecidos no mundo do futebol.

Acharão a rara leitora e o raro leitor ser tudo isso mera irresponsabilidade, apenas sinal de má gestão, de paixão desmedida, aquela capaz de cegar, de impedir a visão das coisas como as coisas são? Ou audácia de apostadores acostumados a ganhar blefando?

Não, minhas senhoras e meus senhores!

São arranjos inconfessáveis que sangram os cofres de clubes e enchem os bolsos de cartolas e empresários.

Como os falsos pastores ao explorar a fé e a ignorância de tanta gente pelo país afora, até com rezas nos palácios do Planalto e da Alvorada.

Eram mais de 40 mil fiéis iludidos em Itaquera, que cantaram antes, durante e até depois do passeio rubro-negro em Itaquera, a catedral de mármore que está na conta do Abreu, à espera de uma nova direção na Caixa Econômica Federal.

O que é nova e perigosa aposta.

Porque o bravateiro, para dizer o mínimo, Andrés Sanchez odeia Fernando Haddad, apesar de serem ambos do PT, exatamente por não ter sido atendido pelo então prefeito paulistano em suas pretensões nada republicanas.

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