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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Libertadores

É sempre assim: brasileiros favoritos antes do início da Libertadores

Tudo é fácil para nossos times (e a seleção) até que comecem as competições

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Duvideodó, rara leitora e raro leitor, que vocês encontrem um analista brasileiro que elimine algum de nossos sete classificados para disputar a Libertadores já na fase de grupos.

A maioria é apontada em primeiro lugar e, quando não, a segunda vaga aparece garantida.

Porque antes de o torneio continental começar sempre prevalece a tradição dos clubes do país, posta em xeque só às vésperas de cada jogo, quando o fator viagem e o exame mais detalhado de cada adversário prevalecem e o temor se estabelece.

Tem sido assim também nas Copas do Mundo e nos Mundiais de Clubes.

Imagine se o colombiano Tolima, ou o paraguaio Guarani, ou o congolês Mazembe, ou o peruano Melgar, ou, ainda, o egípcio Al-Ahly e o saudita Al-Hilal, para não falar da Croácia e de Camarões, poderiam vencer times e seleção brasileiros.

Kleber, do Internacional, vê um dos gols da partida Mazembe 2 x 0 Internacional, na semifinal do Mundial de Clubes de 2010, em Abu Dhabi - Fadi Al-Assaad - 14.dez.10/Reuters

Pois venceram, para pisotear nosso amor-próprio, ferir nossa prepotência, mas, nem por isso, enterrar nossa arrogância.

Dito isso, assim mesmo, Palmeiras, Flamengo, Inter, Corinthians, Atlético Mineiro, Fluminense e Athletico Paranaense são apontados por 11 em cada 10 especialistas como já na fase de oitavas de final da competição sul-americana.

Afinal, os cinco primeiros da lista já ganharam dez Libertadores, e o sexto e o sétimo foram vices.

É preciso que um clube como o equatoriano Independiente del Valle passe por cima de uma porção de brasileiros em curto espaço de tempo para torná-lo respeitado no Patropi —como bem o sabem São Paulo, Corinthians, Grêmio, Atlético Mineiro e o Flamengo.

Lembremos, só para refrescar a memória, que, no ano passado, dos oito brasileiros classificados para a fase de grupos dois ficaram pelo caminho, o Bragantino e o América-MG, embora nossa humildade zero argumente que ambos não fazem parte do patamar superior.

Contra o teimoso argumento, recordemos que o Fluminense caiu na chamada pré-Libertadores.

Em 2021 foi o Santos, um dos sete classificados, que não passou da fase de grupos.

Excesso de pessimismo? Realismo exacerbado?

Nem uma coisa nem outra, porque ao olhar para o copo meio cheio é preciso registrar que as últimas quatro taças foram vencidas por Flamengo e Palmeiras, duas vezes cada um, e que os dois são, de fato, os favoritos para ganhar de novo.

Jogadores do Flamengo comemoram a conquista da Libertadores-2022 após vencerem o Athletico-PR, no Equador - Rodrigo Buendia - 29.out.22/AFP

A preocupação aqui se limita a ter os pés no chão para ninguém ficar iludido sobre as pretensões dos demais, ou melhor, para deixar clara a dificuldade enfrentada por eles nos confrontos que vêm por aí.

Não há mais hegemonias nem escritas seculares quando o futebol brasileiro está envolvido.

Perdemos ultimamente para africanos com a mesma frequência que para europeus e argentinos.

Nas eliminatórias sul-americanas a realidade é outra, porque nelas recorremos à nossa legião estrangeira, expediente obviamente impossível nos torneios interclubes, e aí ainda nos impomos.

Como diria Tim Maia, me dê motivo para confiar no Corinthians eliminado pelo Ituano no campeonato estadual. Ou no Inter, superado pelo Caxias.

Inexistem facilidades na Libertadores, sempre foi assim e agora mais ainda, com nivelamento por baixo.

Prepare-se para ouvir que o seu time, se você torce para algum dos sete, é tecnicamente superior, tem muito mais investimento e… aí vem a adversativa —mas vacilou na hora agá e perdeu o jogo que tinha tudo para ganhar.

Tomara que não, mas…

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