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Haddad e economistas se reúnem com Lula em SP e pedem moderação para inflação não explodir

Em reunião fora da agenda em SP, grupo disse a petista que teria chegado a hora de baixar o tom das críticas ao mercado e ao Banco Central

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O presidente Lula (PT) se reuniu no fim de semana em SP com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com um grupo de economistas de dentro e de fora do governo que o alertaram sobre a possibilidade de uma forte alta da inflação já nos próximos meses caso o dólar siga disparando. A subida da moeda norte-americana encarece a compra de produtos e insumos importados e tem impacto direto nos preços brasileiros.

O presidente Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Evaristo Sa - 17.jun.2024/AFP/

OUÇA O BOM CONSELHO

Diante do cenário adverso, Lula foi aconselhado a moderar suas falas para não dar combustível à crise —o dólar chegou a superar R$ 5,70 na terça (2). Estavam no jantar na casa de Haddad, entre outros, os economistas Guido Mantega, Luiz Gonzaga Beluzzo, Luciano Coutinho e Eduardo Moreira.

OUÇA O BOM CONSELHO 2

De acordo com um dos integrantes da conversa, que reuniu expoentes do chamado desenvolvimentismo, Lula está "justamente indignado" com o que seria um movimento especulativo contra seu governo –e com a tentativa de fazer a corda do ajuste fiscal estourar no lado mais fraco. Ou seja, o da população mais pobre. Por isso o presidente estaria repetindo em entrevistas que não se dobrará a essa receita. O petista, no entanto, foi aconselhado a baixar o tom de suas críticas ao mercado e ao Banco Central.

CONSELHO 2

Melhor do que falar, aconselharam os economistas, seria fazer de forma mais discreta o que ele tem repetido: preservar o salário mínimo, as aposentadorias e benefícios e a área da saúde e da educação de cortes e alterações de cálculos que diminuam seus reajustes.

CONSELHO 3

O grupo, de acordo ainda com convidados, não vincula a subida do dólar apenas às falas de Lula —mas também a fatores fora do controle dele, como a alta dos juros norte-americanos, por exemplo.

CONSELHO 4

Os economistas ponderam, no entanto, que o tom agressivo do presidente impulsiona a crise. E teria o efeito contrário ao pretendido por ele: a alta expressiva da inflação minaria a sua capacidade de justamente proteger a população mais vulnerável. O Banco Central teria que retomar a alta dos juros. O petista ficaria encurralado, com popularidade em queda e margem reduzida para atuar.

CONSELHO 5

O presidente ouviu do grupo que, ao fim e ao cabo, o que mais interessa de forma imediata para a população é o preço dos produtos na gôndola do supermercado. As projeções já indicam Selic de 12,5% no fim de 2025, contra o patamar atual de 10,5%.

CONSELHO 6

Sem estabilidade na inflação, todas as outras realizações do governo, que Lula defende com entusiasmo nos encontros, não seriam mais valorizadas.

JOGO DE CENA

A atriz Regina Braga prestigiou a estreia do espetáculo "Hedda Gabler", dirigido por Clara Carvalho, no auditório do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na capital paulista, na noite de segunda (1º). O ator e diretor Nelson Baskerville esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do publicado, as projeções indicam Selic, e não inflação, de 12,5% no fim de 2025. O texto foi corrigido.

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