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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Futebol Seleção Brasileira

Que sono... e haja paciência!

Tarde da noite, a seleção é paradoxal: soporífera e irritante simultaneamente

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Como seria bom se antes de escrever pudesse ler o que escreveu o vizinho e mestre Tostāo.

Mestre, vizinho, e já contei aqui, para quem fui motorista na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, porque o canhoto não se deu bem com a mão inglesa.

Devo ter feito ele passar tantos sustos que, por vingança, três anos depois, na Copa das Confederações, em Belo Horizonte, seu lado médico impediu minha ida ao Mineirão para ver Brasil x Uruguai, pelas semifinais, só porque deixei cair a faca no jantar. Antes que a comida chegasse o doutor Eduardo Gonçalves de Andrade simplesmente me levou para o hospital. O máximo que concedeu foi a heterodoxa instalação de uma televisão na UTI do Mater Dei, de onde vi a vitória da seleção brasileira.

Seleção brasileira antes de partida contra o Equador no Couto Pereira, em Curitiba (PR) - AFP

Pudesse lê-lo antes de escrever talvez achasse uma explicação para a modorrenta exibição do time de Dorival Júnior contra a seleção equatoriana, 1 a 0, na rara bola chutada entre as três traves, em quase 100 minutos de futebol paupérrimo pelas eliminatórias da inchada Copa de 2026.

Que porre!

Queria tanto Luiz Henrique e no intervalo já pedia Estêvão.

Esperava Vinícius Júnior desencantar e torcia para a entrada de Endrick ainda antes de terminar o primeiro tempo.

Que pena a lesão de Savinho.

Até mesmo de Raphinha senti saudades, não daquele que esteve no Qatar, mas o que anda comendo a bola no Barcelona.

Por que eles fazem isso com a gente?

Jogam uma barbaridade em seus clubes e são um fiasco na seleção.

Só mesmo André fez com a amarelinha o que faz com a camisa tricolor do Fluminense.

Que deserto de ideias, de criatividade, coisa mais chata.

Lucas Paquetá é capaz de um, dois, três lances que dão esperança de pegar no tranco, mas não passa disso.

Daí a ausência de Pedro vira uma catástrofe, mesmo que seja apenas mais uma daquelas ilusões alimentadas pela falta de centroavante, porque não tem quem faça a bola chegar no goleador.

Tostão deve explicar tudo tim-tim por tim-tim, porque esteve lá, sabe o peso de vestir uniforme tão pesado, o que é estrear na seleção, quais são as dificuldades de jogar partidas classificatórias para Copas do Mundo.

Ouvir Dorival Júnior não afasta o sono e aumenta a irritação porque ouvi-lo lembrar que a seleção vinha de quatro jogos sem vencer, de três derrotas, que o Equador só havia perdido para a Argentina, na Argentina, e igualmente por 1 a 0, é tão previsível como o lento time que dirige, sem nem sequer a desculpa do gramado, porque o do Couto Pereira é impecável.

O futebol do time da CBF é burocrático como o cartola que a dirige e de repente é preocupante ouvir que a esperança está na Arábia Saudita, em Neymar. Parei!

O processo…

A pergunta cuja resposta vale milhões de dólares é simples: será que nunca mais veremos a seleção jogar bem?

Porque até a energia caiu na entrevista coletiva do treinador, como se também estivesse cansada, sonolenta, mais de uma hora da madrugada já do dia 7 de setembro, o da Independência do Brasil, cada vez mais distante dos tempos gloriosos de Didi, Mané Garrincha, Pelé, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldos, Rivaldo. De Tostão.

Saudades de Gérson, o verdadeiro, de Rivellino, e dos tempos que o Paraguai era bicho certo.

Tostão sabe como era.

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