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Reformar ou governar?

Bolsonaro já percebeu que discurso do novo jeito de fazer política pode não ser concretizado

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Jair Bolsonaro se elegeu presidente prometendo acabar com o velho jeito de se fazer política, mas, sem quadros para montar seu governo, pode ter o discurso arruinado pelas articulações do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil. 

O congressista tenta emplacar o ministro da Infraestrutura, afastando militares próximos a Bolsonaro. 

Há 15 dias, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, um dos responsáveis por esse tema, entregou para o presidente eleito o nome para ocupar o Ministério de Minas e Energia. Onyx tenta viabilizar sua própria indicação, costurada depois de conversas com o MDB do presidente Michel Temer.

Na saúde e na educação não é diferente. Na economia, reduto do futuro ministro Paulo Guedes, as ingerências políticas também marcam presença.

Enquanto Guedes pretende agregar o Ministério de Indústria e Comércio à pasta da Economia (além da Fazenda e do Planejamento), Onyx conquista apoio da ala evangélica para mantê-lo independente e, provavelmente, com um ministro indicado pela bancada. Em troca, barganha apoios contra a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara.

Onyx conduz a transição.

A realidade tem sido um exercício difícil e Bolsonaro já percebeu que seu discurso não poderá ser plenamente concretizado. Se não prestar atenção ao que ocorre na sua cozinha, dará margem para que o toma-lá-dá-cá, que ele tanto condenou na campanha, continue em prática.

Na esfera administrativa, emissários de Temer que ajudam na transição evocam a reforma implementada pelo então ministro de Fernando Henrique Cardoso Luís Carlos Bresser Pereira.

Quem participou lembra que a transferência de uma simples secretaria para outro ministério levou três meses e arremata com uma frase do ex-ministro: “Um presidente precisa escolher entre fazer uma reforma administrativa e governar”.

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