Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).
A pandemia na América do Sul
Além da Covid-19, países enfrentam problemas econômicos e sociais dos isolamentos
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Essa é uma das sugestões do relatório de Tony Kirby para a revista The Lancet Respiratory Medicine desta semana, que aborda o impacto da Covid-19 em alguns países da América do Sul.
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, sempre minimizou a gravidade da pandemia, afirma Kirby, denominando-a de “gripezinha”.
Divergiu, repetida e publicamente, de governadores de Estados brasileiros favoráveis às medidas de distanciamento social, inclusive da proibição de reuniões e suspensão de aulas presenciais nas escolas.
O relatório também refere que, a exemplo de todos os países da América do Sul, o Brasil tem acesso insuficiente aos testes, o que significa que provavelmente há um grande número de casos não relatados da infecção pelo novo coronavirus.
Os isolamentos e bloqueios foram instalados em diferentes momentos em todos os países sul-americanos.
Na Argentina, muitos casos se devem a viagens ao exterior e contatos dessas pessoas, com expansão em seguida para a população. Entretanto, o isolamento realizado nesse país parece ter impedido um grande aumento.
Na Colômbia, duas regiões enfrentam considerável aumento de casos: em Bogotá, a capital, e na cidade de Cali, com uma população de 2,2 milhões de pessoas.
Nos outros países, consta no relatório, os países estão lutando para controlar a pandemia, ao mesmo tempo que enfrentam os problemas econômicos e sociais dos isolamentos.
O Paraguai fez um bloqueio antecipado e teve baixo número de casos e mortes. Mas no Equador, em sua maior cidade, Guaiaquil, autoridades de saúde pública ficaram sobrecarregadas pelos graves problemas do grande número de mortes.
Nestes dois países, a profunda desigualdade social impede grande parte da população de participar do isolamento e parar de trabalhar. A população não quer morrer de fome evitando a Covid-19, conclui o relatório.
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