A temporada para a descoberta de um remédio mágico para conter a expansão da Covid-19 está na ordem do dia.
Como vai demorar, o bom senso recomenda cumprir a orientação do Ministério da Saúde, ficar em casa e manter as regras estritas de higiene do ambiente e mãos para evitar o alastramento da doença.
Não é a primeira vez que as populações são surpreendidas com o surgimento, evolução e disseminação de um agente infecioso desconhecido.
Aconteceu com a sífilis, quando procuravam uma “bala mágica” para acabar com a grave moléstia no início dos anos 1900. Somente 50 anos depois (apesar do Salvarsan, criado em 1910) foi possível controlar a doença graças à penicilina.
Os primeiros casos de Aids desencadearam também pânico, que atingiu a população. Alguns grupos reagiram vigorosamente, exigiram e conseguiram verbas para pesquisas e, das autoridades sanitárias, tratamento para o HIV.
Atualmente, cerca de 291 ensaios clínicos de tratamento da Covid-19 desencadeada pelo novo coronavírus estão em andamento, segundo artigo de revisão do professor André C. Kalil, da Universidade de Nebraska, EUA.
Para o autor, não existem atualmente terapias específicas comprovadas, além de cuidados de suporte aos necessitados de terapia intensiva.
Entre os medicamentos mais promissores, Kalil cita a cloroquina e hidroxicloroquina. Mas acrescenta que não existem evidências de alta qualidade para a eficácia do tratamento, além das limitações.
Entre os efeitos adversos graves estão a arritmia cardíaca, hipoglicemia e problemas na retina.
Outro possível tratamento seria com medicamentos antirretrovirais usados no tratamento do HIV, ainda sem dados publicados e por isso sem conclusões definitivas.
Além de obter uma droga adequada para o tratamento, o ideal seria uma vacina. Mas entre a sua possível criação e aprovação os especialistas calculam um período mínimo de um ano.
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