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Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Final polêmico de 'A Casa do Dragão' está aquém da série

Épico de fantasia chega à metade de suas temporadas sem ter entregado o que o espectador quer ver

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Esperava-se no final desta temporada de "A Casa do Dragão" uma batalha épica entre as bestas que dão nome à série. A única batalha que veio, porém, foi aquela entre quem achou o episódio ótimo e quem o considerou horrível, travada nas redes sociais.

*Spoilers no texto a seguir*

É claro que há frustração em, depois de mais uma temporada inteira e de termos chegado ao meio do arco de quatro temporadas da série, a guerra que muda o futuro de Westeros não ter começado.

Estamos ouvindo seus tambores desde o primeiro episódio, quando a lei de Talião (a do "olho por olho") é levada às últimas consequências, e tivemos um farto aperitivo no número quatro, que sela os destinos da princesa Rhaenys (Eve Best) e do rei Aegon (Tom Glynn-Carney). A vitória de Vaghar sobre o dragão vermelho e o dourado resultou no episódio mais bem avaliado da série até agora (nota 9,5 no IMDb), sublinhando o que o público quer ver.

No entanto, apesar de a expectativa pelo grande confronto nortear este spin-off, ele sempre dedicou mais atenção ao desenvolvimento de seus personagens do que a batalhas grandiloquentes, distanciando-se, nesse sentido, de "Game of Thrones", a série-mãe. Não que falte ação, mas a preparação para ela, nesse caso, é tão importante quanto sua concretização, como explica Alicent (Olivia Cooke) a Rhaenyra (Emma D'Arcy) em uma das cenas mais intensas desta temporada. É angustiante esperar pela enorme sombra que se aproxima dos sete reinos.

Isso dito, não dá para reclamar que nada aconteça no final da temporada. Acontece tanto que este talvez seja um problema maior do que a falta de répteis alados se trucidando.

A ver: além de exércitos em marcha, na terra, no ar e no mar, temos um pacto entre rainhas, ou ao menos a promessa, que inclui fechar o círculo aberto pela morte de Lucerys (Elliot Grihauly) na temporada anterior (um filho por um filho, frase que causou calafrios a temporada toda).

Temos um rei em fuga. Temos Otto Hightower (Rhys Ifans) ressurgindo prisioneiro, não se sabe de quem nem onde. Temos um montador de dragões, Ulf (Tom Bennet), dando sinais nítidos de baixa confiabilidade. Temos Daemon (Matt Smith) alucinando novamente, agora com o futuro —tão futuro que vê Daenerys e outros personagens de "Game of Thrones", como o Corvo de Três Olhos.

Temos Daemon, ainda ele, mudando subitamente de personalidade e jurando lealdade a Rhaenyra (sério, Daemon foi muito maltratado pelo roteiro desta temporada).

E temos dois novos dragões em cena, no finzinho, Sheepstealer, que está para ser reclamado por Rhaena (Phoebe Campbell), e o que parece ser Tessarion, o pet do filho mais novo de Alicent, Daeron, ainda desconhecido pelas câmeras. Além, claro, do momento em que Alicent espelha uma protagonistas de Ibsen e apenas quer deixar o patriarcado todo para trás e sair para o mundo, incólume e incógnita.

Cada uma dessas subtramas poderia sustentar um episódio por si só.

O produtor Ryan Condall, entretanto, declarou ao site Deadline antes de a temporada ir ao ar que esta seria mais curta, em vez de seguir a praxe de dez episódios, pois assim faria mais sentido com a trama. (Nota curiosa: enquanto o padrão em "Game of Thrones" era o melhor episódio ser sempre o nono, aqui o topo do pódio ficou as duas vezes com o quarto, escolha estranha.)

A falta da guerra aérea e o acúmulo de "cliffhangers" indicam que a ideia de Condall não é unânime. A roteirista Sarah Hess afirmou à Enterteinment Weekly que encolher a temporada não partiu dos roteiristas. Isso parece claro para os espectadores.

A Casa do Dragão - 2ª temproada

Avaliação:
  • Autoria: Ryan Condal e George R. R. Martin
  • Elenco: Emma D'Arcy, Olivia Cooke e Matt Smith
  • Produção: EUA, 2024
  • Direção: Na HBO e na plataforma de streaming Max

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