Correspondente na Ásia, doutora em ciência política pela Universidade Sorbonne-Nouvelle e mestre em estudos de mídia pela Universidade Panthéon-Assas.
Movimento civil em Hong Kong ganha respaldo nas urnas
Vitória esmagadora em eleições locais fortalece pró-democratas
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Jovens que defendem nas ruas o voto direto universal compareceram em peso às urnas para as eleições distritais no território chinês, no último domingo (24).
Nelas, quase a integralidade das cadeiras são definidas pelos eleitores, enquanto na eleição para o Parlamento, que acontece no próximo ano, a população pode escolher apenas pouco mais da metade dos parlamentares.
Mesmo em meio aos protestos —que tiveram violenta reviravolta com a ocupação de duas universidades em novembro— o pleito teve recorde de inscritos e cerca de 70% de participação dos eleitores.
O engajamento político da geração que vem conduzindo os protestos fez com que pró-democratas conquistassem mais acentos do que nunca, enquanto o grupo pró-governo perdeu 300 cargos.
A vitória do campo pró-democrático foi esmagadora, assegurando cerca de 90% das 452 cadeiras dos conselhos locais. O resultado confirma a persistência do apoio popular ao movimento civil em Hong Kong, mesmo com manifestações de grande porte tendo cedido lugar a atos menores e mais radicais.
Candidatos pró-Pequim saíram desgastados pela ligação direta com o governo local e com o projeto de lei de extradição, que desencadeou a onda de contestação popular.
O apoio ao protesto exposto nas urnas não é apenas uma derrota para o governo de Carrie Lam, mas uma clara indicação de que a China precisa repensar a estratégia para a cidade.
O balanço eleitoral também amplia o debate sobre os caminhos do movimento daqui para frente e pode aproximar moderados e radicais.
Nas ruas, manifestantes seguem defendendo reformas democráticas e exigindo uma investigação sobre a ação da polícia durante os protestos.
Essa é uma eleição que acontece na escala dos bairros, tem menor importância e normalmente atrai pouca atenção.
Dessa vez, melhorias e disputas locais foram soterradas pela necessidade de se posicionar diante de quase seis meses de protestos que mergulharam o território na mais profunda crise política das últimas décadas.
A questão identitária e a defesa da autonomia de Hong Kong seguem como profundos motores de mobilização na sociedade hongueconguesa.
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