Até então, operações dentro de escolas e campus vinham sendo evitadas. Essa semana, a tropa de choque ultrapassou essa linha invisível.
Gás lacrimogêneo, balas de borracha e coquetéis molotov foram disparados dentro do campus da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK), convertido em campo de batalha.
Mais de cinco meses de protestos se passaram, e o movimento civil em Hong Kong pela manutenção da autonomia do território se radicalizou com estudantes nas ruas, ações de vandalismo e um forte sentimento anti-China.
A Justiça local rejeitou um pedido contra a entrada de policiais e de armas dentro dos campi da CUHK sem mandato, abrindo caminho para que novas ações aconteçam.
A interrupção nos transportes públicos, os estragos causados nas infraestruturas e a escalada dos protestos levaram a universidade a anunciar o encerramento do semestre mais cedo, ainda em novembro.
A Universidade Batista e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong também vão parar as aulas presencias antes do previsto neste ano.
Quase uma dezena de instituições de ensino superior de Hong Kong estão suspendendo atividades essa semana e complementando com aulas virtuais.
Nesta quinta-feira (14), todas as escolas de Hong Kong, do maternal ao segundo grau, vão amanhecer fechadas.
Algumas linhas de trem e metrô estão suspensas, há ruas bloqueadas e conflitos entre policiais e manifestantes vêm acontecendo em diversos pontos conforme a cidade caminha para o terceiro dia consecutivo de greve, desde a morte de um estudante de 22 anos na última sexta-feira (8).
Chineses se sentem cada vez mais alvo na cidade. Pichações “Chinazi”, China nazista, estão em toda parte.
No início da semana, manifestantes atearam fogo em um homem durante uma discussão. A vítima está em estado grave. As imagens chocantes do ataque brutal causaram revolta online.
O cenário se tornou insustentável para estudantes chineses inscritos nas universidades de Hong Kong. Organizações pró-China estão coordenando uma rápida retirada, a princípio temporária, desses alunos.
Foram providenciados albergues e transporte para levar estudantes chineses até a fronteira do território com Shenzhen, na China continental.
Até mesmo uma embarcação da polícia de Hong Kong foi usada para transportar alunos chineses com medo de permanecer nos dormitórios universitários.
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