Siga a folha

Roteirista e escritora, é criadora da série 'As Seguidoras' e trabalha com desenvolvimento de projetos audiovisuais

Descrição de chapéu
humor

Trabalha com humor? Descubra em qual perfil você se enquadra

Do queridão ao palhaço triste, organizo aqui meus colegas de profissão num estudo sobre a diversidade da comédia

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O queridão. Evita assuntos polêmicos para não perder seguidores e campanhas publicitárias. Quanto mais amplo o seu alcance, mais limitado é o seu repertório. Conforme ascende na carreira, a maioria de suas piadas tende a girar em torno de perrengues chiques com os quais 99,9% da população não se identifica.

Ilustração de Silvis para coluna de Manuela Cantuária - Silvis

O cancelado. Quando um comediante só consegue se destacar falando merda, o cancelamento não é uma crise, e sim uma oportunidade. Odeia a "militância", mesmo devendo a ela seu engajamento. Ironicamente, é um ferrenho defensor da "liberdade de expressão", que entende por impunidade para cometer crimes de ódio.

O lacrador. Sua intenção é defender o protagonismo de grupos oprimidos, correto? Correto —ou melhor, politicamente correto. No entanto, a musa inspiradora de todas as suas piadas é o homem branco heterossexual cisgênero de classe média alta, que segue sendo o centro das atenções.

O carioca. Seu sotaque sibilante conquistou o Brasil e seu repertório consiste em substituir vírgulas por gírias regionais, incluindo termos como "mermão" e "arrombado". E é basicamente isso.

O tradutor. Conquista espaço nas redes sociais traduzindo conteúdos que viralizaram no exterior. Se intitula criador de conteúdo, embora seu trabalho seja refilmar vídeos que já existem. Um esquete de humor, para ele, é como uma coreografia do TikTok que pode ser imitada sem pudor —e sem os créditos ao criador original.

O curador. Também conhecido como "administrador de página de memes", ele se lança em um trabalho incansável de pesquisa de conteúdos humorísticos, oferecendo aos seus seguidores o que há de mais contemporâneo na memesfera.

O excêntrico. Provoca sentimentos conflitantes no público, que não sabe se deveria rir ou se preocupar com sua saúde mental. Equilibrando-se na linha tênue que separa a genialidade e a loucura, seu conteúdo chama a atenção pelo humor "nonsense". Pode-se dizer que seu sucesso se deve, em parte, à luta antimanicomial.

O palhaço triste. Se ressente por não ter o mesmo reconhecimento de todos os citados acima. Paga as contas com trabalhos mal-remunerados em redações de programas de humor popular, onde sofre assédio moral. Seu conteúdo é sabotado pelo algoritmo, talvez por sua tendência a fazer piadas sobre ter sido molestado na infância.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas