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Energia renovável não basta para conter crise do clima

É preciso ir além de uma mudança das formas utilizadas de energia para enfrentar o problema

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Mudanças na alimentação, no uso do solo e adotar economia circular são fundamentais, segundo relatório lançado na Cop-25.

É preciso ir além de uma mudança das formas utilizadas de energia para enfrentar a crise do clima. A transição para fontes renováveis não é suficiente para atingir os objetivos do acordo de Paris.

Com uma mudança energética global haveria uma redução de 55% nas emissões de gases até 2050. Para cortar os 45% restantes é necessário mudar o modo de fabricação e uso de produtos como cimento, plástico, aço, alumínio e alimentos e a forma de manejo do solo.

Essas são conclusões de um relatório da Fundação Ellen MacArthur, que estuda e defende a economia circular, lançado na COP 25.

Empresa de reaproveitamento de plástico do PR; economia de recirculação será fundamental para o combate à crise do clima - Sergio Ranalli/Folhapress

Na alimentação e no uso do solo, entre as mudanças importantes estão alteração das dietas –sim, comer menos carne e multiprocessados, e novas formas de captura e armazenamento de carbono no solo– aí entram os sistemas de compostagem de resíduos, a recuperação do solo danificado com matéria orgânica e o controle do desmatamento de reservas verdes.

Os solos saudáveis podem resistir melhor à erosão do vento e inundações. Além disso, têm maior capacidade de absorver e armazenar água, aumentando a resiliência a inundações e secas.

O emprego de práticas agrícolas regenerativas, aponta o relatório, leva ao aumento de taxa de infiltração de solo, de sequestro de carbono por hectare e da produtividade.

As mudanças na produção de cimento, plástico, aço, alumínio e alimentos deveriam ser sistêmicas e orientadas segundo os princípios da economia circular.

A economia circular orienta a manter produtos e materiais em uso, regenerar sistemas naturais, reciclar e reinserir materiais na cadeia de produção.

Uma revolução nesses cinco setores da indústria poderia reduzir 9,3 bilhões de toneladas de emissões até́ 2050, o equivalente a eliminar todas as emissões atuais de transporte do mundo inteiro.

O relatório também indica que as indústrias da moda, de eletrônicos e de embalagens têm contribuições importantes para as mudanças climáticas.

A Fundação Ellen MacArthur diz esperar que o relatório possa servir de base para que empresas, instituições financeiras e agentes públicos possam construir economia resiliente e combater mudanças climáticas.

O relatório aponta que a adoção de mudanças na produção, no consumo e no uso do solo da América Latina poderiam contribuir para superar a dependência de indústrias extrativas e práticas agrícolas que promovem desmatamento. 

O modelo proporcionaria maior resiliência aos efeitos da mudança climática que, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), poderiam custar à região entre 2-4% do seu PIB até 2050.

O relatório Completando a Figura – Como a Economia Circular ajuda a enfrentar as mudanças climáticas está no ar no site da Fundação.

https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/publicacoes

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