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Coca-cola entra no mercado da reciclagem comprando PET

Primeiro depósito funciona desde novembro de 2019 em SP e mantém preço para regular mercado

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Funciona desde novembro, em Osasco (SP), um galpão de 3.000 metros quadrados do projeto SustentaPet, que compra embalagens PET pós consumo de qualquer origem e as vende para as empresas recicladoras de resina que fornecem as garrafas da Coca-cola.

O projeto quer regular a cadeia destes recicláveis, atuando em um de seus gargalos mais sensíveis. Para isso, faz pagamentos à vista ou no dia seguinte, mantém o preço fixo do material (R$ 2,3 o kg) e o fluxo de compras contínuo.

Assim, espera encurtar a distância entre o coletor e a produção de resina reciclada, diminuindo a atividade dos atravessadores de resíduos e aumentando a remuneração das cooperativas de catadores e de catadores individuais.

Pátio do SustentaPET, da Coca-cola, em Osasco, que compra recicláveis PET de qualquer origem e vende para recicladora de resina. - Divulgação/SustentaPET

Em quatro meses de operação no primeiro galpão, foram coletadas 1,6 mil toneladas. A meta é atingir 12 mil toneladas em 2020 —mil toneladas por mês. A empresa está pesquisando cinco áreas em capitais do Nordeste e em Minas Gerais para instalar galpões semelhantes com a mesma finalidade.

A capacidade mensal da SustentaPet corresponde a 30% do total de embalagens que a empresa coloca no mercado na cidade de São Paulo. É um número significativo.

O último dado disponível sobre a taxa de reciclagem brasileira de PET da Associação Brasileira da Indústria de PET, Abipet, é de 2015: 51%. Um novo censo deve ser divulgado em breve, segundo informa a associação.

O SustentaPET, segundo Thais Vojvodic, gerente de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, faz parte do compromisso global da empresa de coletar e reciclar 100% das embalagens –retornáveis ou descartáveis—​ de seus produtos até 2030.

“Em 2019, focamos nos retornáveis e agora, em 2020, vamos nos dedicar a melhorar a cadeia dos descartáveis”, diz Thais.

O investimento da empresa com local, equipamento de prensagem e mão de obra foi de RS$ 2,5 milhões.

“A maioria dos catadores e cooperativas vende para atravessadores, porque esses têm fluxo de caixa. Com a SustentaPET queremos mudar as regras do jogo: comprar direto dos pequenos coletores, como carroceiros, caminhões, pequenas centrais, e vender para nosso fornecedor de resina. Queremos ser um player competitivo e nossa função é estratégica”, afirma.

Pátio do SustentaPET, da Coca-cola, em Osasco, que compra recicláveis PET de qualquer origem e vende para recicladora de resina - Divulgação/SustentaPET

Para ser competitivo, afirma Thais, os preços são mais atraentes: de 40% a 50% mais altos que os praticados no mercado de recicláveis.

Para os catadores que não têm local para guardar material e nem transporte para levar o material coletado até o galpão, a solução é participar de uma cooperativa.

CATAKI

Também como parte das metas de destinação correta de embalagens, a Coca-cola investiu R$ 1 milhão em um upgrade do aplicativo Cataki, que foi lançado em 2017 pelo Pimp My Carroça, e que conecta quem quer descartar material e catadores ou pontos de entrega próximos, estabelecendo contatos por telefone ou WhatsApp.

O Cataki já teve mais de 200 mil downloads e tem 3.000 catadores –motorizados ou não— registrados em 540 cidades.

Na nova versão, segundo Thais, vão existir três interfaces diferentes: para gerador, catador e comprador, e o fluxo de informações de peso, localização e material pode ficar no próprio aplicativo.

“Nossa perspectiva é melhor a cadeia, com as cooperativas como catalizadoras do fluxo comercial e interligar grandes geradores de resíduos, como empresas, restaurantes e indústrias, aos catadores e aos compradores de PET pós consumo como a SustentaPET”, diz.

A meta é dobrar o número de usuários, 400 mil, e chegar aos sete mil catadores cadastrados.

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