Siga a folha

Jornalista de ciência e ambiente, autor de “Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira” (ed. Fósforo)

Descrição de chapéu sustentabilidade

Nosso Futuro Comum e as eleições de 2022

Esta década será decisiva para implementar ações que definirão nosso futuro comum

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O texto a seguir foi escrito pela bióloga Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB) e da Academia Brasileira de Ciências, para a campanha #ciêncianaseleições, que celebra o Mês da Ciência. Faz parte da segunda "ocupação" de colunas na imprensa promovida pelo Instituto Serrapilheira, desta vez com o tema "como a ciência deve participar da reconstrução do Brasil".

Nada mais adequado, a propósito, do que contar com a colaboração de uma ecóloga preocupada com o futuro dos biomas brasileiros, cerrado e Amazônia à frente, e a crise do clima planetário. Com a palavra, Mercedes Bustamante:

Há 35 anos era lançado o relatório "Nosso Futuro Comum" (1987) pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Também chamado Relatório Brundtland em associação com a ministra norueguesa Gro Brundtland, que o coordenou, o documento concebe desenvolvimento sustentável como aquele "que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades". Ou seja, preocupações, desafios e esforços comuns.

O futuro dos biomas brasileiros, como a floresta amazônica, é uma das discussões principais nas eleições deste ano - Carl de Souza - 15.ago.20/AFP

Em outubro deste ano, estaremos no Brasil diante de um momento decisivo para refletir sobre o nosso futuro comum e o papel da ciência e da educação no desenho desse futuro. As eleições de 2022 devem representar um ponto significativo de inflexão para realinhar políticas públicas com as agendas da geração do conhecimento e da sustentabilidade, a redução das desigualdades e o respeito aos direitos humanos e à diversidade social.

A ciência nos permite projetar futuros possíveis em função de nossas escolhas no presente. Os jovens estão, em todo o mundo, indicando claramente que querem mudanças e desejam participar das decisões de hoje que terão impactos duradouros sobre o seu futuro e o planeta.

Por meio do conhecimento, seus instrumentos e instituições de pesquisa com financiamento adequado podemos criar e avaliar alternativas de desenvolvimento que sejam socialmente inclusivas e que considerem os limites de sustentabilidade de nossos ecossistemas. Nessa tarefa, todas as áreas do conhecimento serão fundamentais.

Aprimorar a educação científica em todos os níveis de ensino permite que os processos associados à ciência sejam bem conhecidos e entendidos. Assim, toda a sociedade e a economia se beneficiam de uma educação que tenha a ciência como base.

Recentemente, a Academia Brasileira de Ciências lançou um documento sobre importância da ciência como política de Estado para o desenvolvimento do Brasil. A pandemia de Covid-19 é um choque global que está entrando em seu terceiro ano. Já as mudanças ambientais, como a emergência climática e o declínio da biodiversidade, são crises que trazem impactos que seguirão conosco por muito tempo, perpassando gerações.

Saúde, agricultura, fontes de água e energia estão associadas à saúde do meio ambiente. As respostas apropriadas dependem da melhor ciência, mas também de que sua relevância seja entendida e valorizada por lideranças responsáveis.

Globalmente, esta década será decisiva para implementar ações que definirão nosso futuro comum. No Brasil, as eleições nos oferecem uma oportunidade para avaliar as propostas para o país que serão defendidas por candidatos ao Executivo e ao Legislativo nos âmbitos federal e estadual. Quais delas valorizam a educação, a ciência, a cultura e o ambiente? Para os candidatos que buscam reeleição, quais foram suas ações nessas áreas?

Com certeza, tal avaliação facilitará as escolhas. E, sem dúvida, precisamos urgentemente de escolhas melhores.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas