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Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

Descrição de chapéu PIB

Agro é PIB. E paga bons dividendos

Setor agrícola é oportunidade para quem busca diversificação e renda passiva

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Se você não viu, eu te conto agora: o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano veio bem acima do esperado pelos analistas de plantão. Enquanto a turma dos bancos e corretoras projetava um crescimento de 1,3% no período, a realidade trouxe um aumento de 1,9%. Percentualmente, foi uma surpresa positiva (ou um erro de previsão) de 46%.

O grande salto veio da agropecuária nacional. O crescimento do agro nos três meses foi de 21,6%. O maior aumento trimestral do setor desde 1996. A explicação vem principalmente da soja, com sua safra recorde, de uma alta no abate de gado e frango, bem como de aumento na produção de milho.

Agora acabou? Nada disso. De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), a expectativa para este ano é de safra recorde. A supersafra de milho e soja ajuda a diminuir os custos da produção de proteínas animais (carne bovina, suína e aves), explica a entidade.

Campo de soja em Ponta Grossa, Paraná - Rodolfo Buhrer - 25.abr.2023/Reuters

É imprescindível que todo avanço na área venha acompanhado de políticas claras de responsabilidade social e ambiental. Um setor essencial para nossa economia não pode continuar sendo notícia no mundo por conta dos astronômicos números relacionados ao desmatamento.

A boa surpresa com o PIB, divulgado na quinta-feira (1º), junto a um bom humor nos mercados internacionais, animou as negociações na Bolsa de Valores na quinta e na sexta-feira (2), levando o Ibovespa a recuperar as quedas sofridas de segunda a quarta, fechando a sexta semana consecutiva de alta.

A ação com a maior valorização na sexta-feira veio justamente do agro: a Cosan, gigante da cana-de-açúcar, produtora, principalmente, de açúcar e etanol. Suas ações (CSAN3) saltaram mais de 7% no dia.

No fim de abril, a Cosan aprovou o pagamento de R$ 800 milhões em dividendos para seus acionistas. O que dava cerca de R$ 0,43 por ação. É um bom prêmio, pensando que o papel estava sendo negociado na casa dos R$ 14.

O número chama a atenção, mas há um outro tipo de papel negociado no mercado, ligado diretamente ao agronegócio, que tem pagado bons dividendos para seus investidores: o chamado Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais).

Lançado no fim de 2021, esse tipo de fundo aplica o dinheiro dos cotistas em ativos de investimentos do agronegócio, sejam de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas à produção do setor.

Hoje, o Brasil já tem R$ 12,6 bilhões investidos em Fiagros, de acordo com os dados mais recentes da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Já são R$ 2 bilhões a mais do que no fim do ano passado.

O que tem atraído investidores para esse tipo de investimento, além da confiança de que o setor seguirá um ótimo negócio por bastante tempo, é sua capacidade de pagar bons dividendos.

Como o governo quer te incentivar a usar seu dinheiro para financiar a expansão do agronegócio no Brasil, os dividendos pagos por Fiagros são isentos de Imposto de Renda –assim como no caso dos FIIs (Fundos Imobiliários).

Aí mora a oportunidade para quem busca diversificação e a chamada renda passiva. Ao compararmos os dez Fiagros e o dez FIIs que mais pagaram dividendos em maio, segundo levantamento da corretora Órama e pela empresa Economatica, vemos que a turma do agro distribuiu mais dinheiro para seus cotistas.

Enquanto o dividend yield (valor pago em dividendos em relação ao preço da cota do fundo) do FIIs do topo da lista foi, em média, de 1,52% (chegando a 1,78%, para o primeiro do ranking), o dos Fiagros foi de 1,54% (chegando a 1,9%).

Como ainda são poucas as opções de Friagro, se comparadas com as de fundos imobiliários, é até mais fácil escolher. O principal ponto é entender para que tipo de negócio seu dinheiro será usado e conhecer quem vai administrar esses investimentos pelo fundo.

Enxergar empenho em adaptar a produção às melhores práticas ambientais e sociais dá uma boa pista sobre ser ou não um projeto que mira o longo prazo (para si e para o planeta).

Já que o Brasil segue, infelizmente, com uma economia baseada em exportar matéria-prima e importar bens de valor agregado –como você deve ter aprendido na escola–, a onda surfada pelos Fiagros tem tudo para se manter no interesse dos investidores.

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