Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Marcos de Vasconcellos

Todas as janelas apontam para os EUA

Comparar índices é um exercício simples para encontrar pistas e entender dos caminhos dos seus investimentos

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Há um ditado repetido no mercado financeiro dos Estados Unidos, que começa a pipocar nesta época do ano: "Sell in may and go away" — algo como "em maio, venda e vá embora".

A frase tem base na análise histórica do mercado de ações por lá. Desde 1945, no semestre de maio a outubro, o S&P 500 subiu em média 2%; de novembro a abril, a alta costuma ser de 6,7%.

É uma certeza? Não, claro. Sem incerteza e disparidades não haveria mercado. Mas é uma "sabedoria popular" — com muitas aspas, por favor — que pode dar pistas para o investidor de carne e osso, gente como a gente.

Pedestre caminha em Wall Street, próximo à Bolsa de Nova York, centro financeiro dos EUA - Spencer Platt/Getty Images/AFP

Se você já investe, aliás, sabe que é normal encontrar o aviso de que a rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. Ou seja: não é porque foi assim que assim será. Em 2020 e 2021, por exemplo, a alta do mercado de ações dos EUA entre maio e outubro foi consistente.

Os ciclos econômicos, entretanto, não têm esse nome à toa. Não devemos encontrar mercados muito otimistas nos próximos seis meses.

Olhar para o caminho do dinheiro, historicamente, dá uma boa perspectiva. "Follow the money", como dizem os detetives dos romances. E um exercício simples para encontrar pistas e entender dos caminhos dos seus investimentos é comparar índices.

A nossa Bolsa de Valores, a B3, tem um bocado deles, muito além do Ibovespa. Há o do setor imobiliário (IMOB); dos materiais básicos (IMAT); das empresas ligadas a consumo (ICON); e muitos outros.

E um índice chama a atenção por, agora, sair-se melhor que o Ibovespa em praticamente todas as janelas de tempo tradicionalmente analisadas, o BDRX. Ele é composto por 133 papéis (BDRs) emitidos no Brasil, representando ações em Bolsas de outros países, majoritariamente, os EUA.

A primazia do BDRX sobre o Ibovespa, neste momento, é visível nas janelas de cinco dias, de um, três e seis meses, bem como de um e cinco anos. Ou seja: Em curto, médio e longo prazos, os BDRs saem vitoriosos. Veja abaixo.

Vá lá que nossa Bolsa passa por um mau momento, cheia de incertezas, mas a economia norte-americana também não está de vento em popa. O momento retrata bem a máxima do megainvestidor Warren Buffett: "Nunca aposte contra a América".

Isso não significa abandonar suas apostas no Brasil. É só uma constatação de que o mercado de lá andou melhor do que aqui em diferentes janelas temporais e que, agora, enquanto nos preparamos para mais um período engessado, segue como uma opção para diversificação.

Comprar BDRs na nossa Bolsa ou investir parte da sua carteira diretamente lá fora não "tira dinheiro do Brasil" de qualquer maneira significativa. Pessoas como você e eu não criam movimentos de mercado, mas precisam, sim, tentar identificá-los, para blindar nosso dinheiro das diferentes intempéries.

marcos@monitordomercado.com.br

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