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Economista, ex-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005, governo Lula)

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A velha criatividade brasileira vem buscando formas de desrespeitar o teto de gastos

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A retomada lenta da economia jogou água fria em quem acreditava que bastavam boas intenções, juros baixos e câmbio alto para deslanchar a economia. Nossos problemas são mais profundos e sutis do que sugerem os apressados.

O baixo crescimento tem muitas causas. Nosso disfuncional sistema tributário leva empresários a investir em atividades pouco produtivas simplesmente para pagar menos impostos.

Optamos por produzir modelos de automóveis incomuns no resto do mundo ou construir máquinas ineficientes em razão dos incentivos e proteções concedidos pelo poder público. Além disso, nossas restrições ao comércio exterior dificultam que produtores no Brasil usem as tecnologias mais eficientes desenvolvidas no exterior.

Para piorar, ainda temos que descobrir como resolver o legado da gestão PT, como as muitas empresas ineficientes que se desenvolveram graças à política nacional-desenvolvimentista adotada a partir do segundo governo Lula.

Lideranças empresariais que apoiaram essa agenda de estímulos agora declaram seu entusiasmo pelo atual governo, temerosas de perder os favores oficiais. Como resultado, somos obrigados a comprar bens e serviços mais caros do que no resto do mundo em meio ao baixo crescimento da produtividade e da renda.

Será que a resistência ao desmame da meia-entrada por parte de empresários não revela que algo de muito errado foi gestado pelo governo PT, que se dizia de esquerda?

Optar por uma agenda liberal significa retirar as distorções tributárias e as barreiras que protegem muitos produtores locais da concorrência. Os benefícios seriam imensos.

Os recursos da economia, capital e trabalho, deixariam de estar retidos em atividades ineficientes. A economia mais aberta ao comércio poderia se integrar às cadeias globais de produção, comprando os equipamentos tecnologicamente mais avançados feitos em outros países e, em contrapartida, produzindo e exportando o que conseguimos fazer benfeito.

A transição, porém, não será fácil. Fábricas e negócios atrapalhados foram instalados em razão dos benefícios, e seus donos rejeitam a agenda liberal, como a reforma tributária e a abertura comercial.

Para piorar, a velha criatividade brasileira vem buscando formas de desrespeitar o teto de gastos. Membros do Executivo propõem a criação de mecanismos para conseguir recursos sem passar pelo Tesouro Nacional ou que evitem as restrições legais atuais que têm equilibrado as contas públicas.

O governo brada muito. Pena que recue seguidamente ante à reação dos grupos de interesse.

Vão ficar incólumes a mentira e a molecagem contra a jornalista Patrícia Campos Mello?

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