A cloroquina teve sua ineficiência comprovada. Não funciona para o tratamento de Covid e pode ter feitos colaterais. Uma comissão do SUS não recomenda o seu uso. Fabricantes já se posicionaram contra a sua prescrição. A ivermectina vai no mesmo caminho. O próprio laboratório, que teria todo interesse em encher as burras de dinheiro, declarou que não há eficácia.

Mas, como temos visto nos depoimentos na CPI da Covid, o "kit charlatão" foi distribuído largamente pelo governo, tem sido receitado por médicos e continua sendo enaltecido por "especialistas", como Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro.

"Estamos discutindo de que borda da Terra plana vamos voar", disse em depoimento à comissão a infectologista Luana Araújo, anunciada como secretária de Enfrentamento à Covid e desanunciada dez dias depois, certamente por não se enquadrar no perfil da maioria dos picaretas que assessoram o governo.

Enquanto discutimos, médicos empurram seus pacientes ao abismo. Usam a tragédia da Covid para transformar humanos em cobaias. Há dezenas de relatos de condutas criminosas, doentes com complicações ou em filas de transplantes, registro de aumento do risco de morte por Covid, casos de óbitos por nebulização de cloroquina. Por que ainda não há gente processada e presa?

Em depoimento à CPI, o ex-ministro Nelson Teich criticou o Conselho Federal de Medicina (CFM) por não reprovar o uso da cloroquina. A entidade nem se coça, quando deveria agir com mais rigor para evitar automedicação, além de punir quem trata a medicina como curandeirismo. Insiste em se apoiar no parecer que delega ao médico e ao paciente a decisão de decidir sobre o tratamento.

Nesta quarta-feira (2), o conselho apresentou uma moção de repúdio porque acha que profissionais não estão sendo tratados com civilidade na CPI. A população que fique à mercê da barbárie dos terraplanistas da medicina.