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Jornalista e roteirista de TV.

O sexo, a cidade, as mulheres e o protagonismo em 1998

'Sex and the City', 25, é sobre independência, poder feminino e amizade entre mulheres

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Talvez uma das maiores injustiças da indústria cinematográfica seja o tratamento dado a "Sex and the City", que completa nesta terça (6) 25 anos de sua estreia. Os críticos minimizam o pioneirismo e o impacto sociocultural causado pela série. É comum que seu enredo seja descrito com "quatro mulheres desesperadas por homens e seus sapatos caros". Pura misoginia.

"Sex and the City" deveria estar ao lado de "Breaking Bad" e de "Sopranos", por exemplo, na prateleira de programas que mudaram paradigmas. Deveria ser avaliado não por preferências pessoais, mas pelo quão inovadora era sua trama ao tratar de dezenas de tabus com um baita banho de loja, tornando palatáveis alguns assuntos que a maioria de nós preferiria não tratar publicamente. Há problemas de representatividade, como quase tudo feito no passado, temas que a continuação "And Just Like That" tem tentado minimizar.

O figurino fashionista e a vida glamourosa das protagonistas serviam de escada para levar ao horário nobre da TV temas como preconceito contra mulheres no mercado de trabalho, liberdade sexual feminina, sexo anal, machismo, homossexualidade de ambos os gêneros, câncer, traição, relacionamento abusivo, prostituição.

Se em pleno 2023 a apresentadora Angélica foi atacada por fazer propaganda de um vibrador, imagine falar sobre o assunto no século passado? Quem não se lembra de Charlotte (Krintin Davis), a mais careta das personagens, viciada no modelo rabbit, durante anos o mais vendido e mais famoso do mundo? Glória a Deus.

Apesar de retratar a cada episódio as desilusões amorosas de Carrie, encarnada por Sarah Jessica Parker, "Sex and the City" é sobre independência e poder femininos, sobre amizade entre mulheres e sobre a afirmação de que este é o mais valioso relacionamento que se pode esperar na vida, com as nossas amigas. Como a vida é quase sempre mais dura do que a arte, SJP e Kim Cattrall, a icônica Samantha, não se falam mais. De qualquer forma, obrigada, meninas.

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