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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Problemáticas, distribuidoras à venda da Eletrobras podem não ter comprador 

Há grande risco de não haver ofertas para algumas empresas, dizem executivos

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Linhas de transmissão de energia em Brasília - Ueslei Marcelino - 31.ago.17/Reuters

As seis distribuidoras de energia no Norte e Nordeste que a Eletrobras pretende vender antes da privatização da companhia inteira têm problemas maiores que algumas das potenciais interessadas previam inicialmente.

Há grande risco de não haver ofertas para algumas --ou quase todas-- as empresas à venda, segundo executivos do setor ouvidos pela coluna sob a condição de não terem suas identidades reveladas.

A Eletrobras deverá liquidar as distribuidoras que não encontrarem um comprador. Em 2017, geraram prejuízo de R$ 4,18 bilhões. As due dilligences (auditoria dos ativos e de seus riscos) nas empresas têm encontrado problemas de duas naturezas.

Uma delas é da qualidade da infraestrutura, que já se sabia sucateada, mas os especialistas detectaram problemas ainda mais graves, conforme pessoas do setor.

O outro problema é relativo a pendências de dívidas na Justiça e na esfera administrativa. Parte dessas distribuidoras tinha um subsídio para funcionar, quando precisavam de gás, e ao mesmo tempo, deviam para fornecedores.

Esse passivo foi assumido pela Eletrobras, mas ainda há riscos, afirmam executivos. Há casos em que os estados cobram ICMS com base nos subsídios recebidos.

Para um outro empresário, cinco dessas companhias não deveriam ser vendidas. As do Norte, em especial são muito deficitárias, diz. Deveriam ficar, com Itaipu e Eletroncuclear, na empresa que remanescerá da Eletrobrás.

O governo deveria renovar a concessão dessas empresas com a condição de serem privatizadas em cinco anos. Durante esse período, seria contratada uma gestão privada para ver se as companhias se viabilizariam, sugere ele.

Distribuidoras à venda

  • Cepisa (Companhia Energética do Piauí)
  • Ceal (Companhia Energética de Alagoas)
  • Eeltroacre
  • Ceron (Centrais Elétricas de Rondônia)
  • Boa Vista Energia
  • Amazonas Energia

13 milhões
de habitantes atendidos

6
estados

29%
do território nacional

Fonte: BNDES

 

BNDES cria taxa fixa para giro e a prevê no Finame em breve

O BNDES lança nesta segunda-feira (2) uma taxa fixa no financiamento para capital de giro. Até o meio deste ano, a taxa fixa chegará ao Finame, que financia máquinas e equipamentos, e representa cerca de 40% do crédito do banco.

A taxa será oferecida a clientes como opção à TLP (Taxa de Longo Prazo), por meio de bancos comerciais que repassam recursos do BNDES. 

A iniciativa na linha BNDES Giro deverá atender principalmente micro e pequenas empresas.

Além do Finame, outras linhas vão oferecer a possibilidade da taxa fixa. O cálculo da TLP introduziu o componente da inflação. A taxa fixa, por sua vez, exclui o risco de alta do IPCA para as empresas, o que permite maior controle sobre suas dívidas. 

O banco oferecerá a taxa por 5 anos, sem subsídios do Tesouro Nacional. Os bancos repassadores ficarão somente com o risco de crédito. 

Numa estimativa do BNDES para este mês de abril, em contratos de cinco anos, a taxa fixa para os agentes financeiros repassadores seria de cerca de 9,66% ao ano.

Isso equivale, atualmente, ao CDI + 0,56% ao ano —ao qual se soma ainda o spread de risco de crédito dos bancos. 

 

Preço alto, mesmo na baixa

Mesmo com taxas de vacância consideradas elevadas, Rio de Janeiro e São Paulo possuem um dos metros quadrados mais caros da América Latina ao se considerar apenas escritórios de alto padrão.

O preço médio pedido nesses dois municípios é de  US$ 31,90 (R$ 105,40) e  US$ 27,60 (R$ 91,20), e a porcentagem de espaços vazios, 38% e 21%, respectivamente, segundo a consultoria imobiliária Colliers.

Os valores superam o de cidades com taxas de vacância abaixo de 12%, patamar considerado equilibrado.

“Rio e São Paulo têm carga tributária e custos de construção mais altos, o que eleva o valor do aluguel. Há também um impacto do câmbio”, diz Paula Casarini, vice-presidente da Colliers.

Outras consultorias, como Cushman & Wakefield e JLL, colocam a capital argentina à frente das cidades brasileiras.

“Buenos Aires está em um momento atípico, com pouquíssimas lajes vazias, o que favorece os proprietários”, diz Débora Costa, da JLL.

 

Papelada reunida

A varejista de materiais de escritório e papelaria Kalunga vai mudar seu CD (centro de distribuição) de endereço, segundo o sócio-diretor, Roberto Garcia.

“Temos três prédios atualmente, todos em Barueri (SP): um para lojas, um para o ecommerce e televendas, e um para receber produtos devolvidos. Vamos migrar para Itaquaquecetuba (SP) em 2019.”

A empresa deverá encerrar 2018 com 200 unidades, afirma o executivo. São 179 hoje, cinco delas inauguradas até março deste ano.

O aporte previsto na expansão física e na mudança do prédio é de aproximadamente R$ 100 milhões.

A empresa, hoje com dois sócios, utilizará recursos próprios em sua expansão, afirma o executivo.

“Somos auditados de forma independente há mais de 20 anos, estamos totalmente preparados para um IPO [oferta pública de ações] ou uma venda”, diz ele.

“Hoje, o mais provável seria a oferta, mas não há nada no radar a curto prazo. Vender [a operação] não passa pela nossa cabeça.”

R$ 2,23 bilhões
foi o faturamento da Kalunga em 2017

4.200
são os funcionários

60 mil m²
será o tamanho do novo CD 

 

No... A leve melhora na demanda por escritórios de alto padrão em São Paulo —que ainda não ocorre no Rio— não deverá impactar os preços em 2018, segundo Adriano Sartori, vice-presidente da consultoria imobiliária CBRE.

...aguardo Cerca de 300 mil novos metros quadrados deverão ser entregues neste ano, o que impede uma redução mais acentuada da vacância, diz ele. “Vamos começar a ver uma pressão maior nos preços em 2019.”

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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