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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Bancos diminuem aporte mínimo para investimento em títulos

Decisão vai na contramão da efetuada pela corretora XP em fevereiro

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São Paulo

Instituições financeiras têm reduzido o valor mínimo para investir em produtos ofertados por elas e por terceiros. 

O movimento vai na contramão da decisão da XP Investimentos de aumentar para R$ 30 mil o piso para renda fixa em fevereiro —a alta foi revista após críticas de clientes.

As alterações feitas pelos bancos estão ligadas à maior concorrência e à popularização de corretoras menores, segundo Michael Viriato, professor do Insper.

Um dos objetivos ao diminuir o valor mínimo de aplicação é facilitar a diversificação da carteira clientes, segundo bancos - João Wainer/Folhapress

“Quando bancos abaixam o valor mínimo, facilitam o acesso aos produtos. É uma estratégia de marketing, vários aproveitaram para dizer ‘aqui não elevamos’”, afirma.

O Itaú reduziu o valor mínimo para CDBs de terceiros de R$ 75 mil para R$ 50 mil, em uma tentativa de aumentar a diversificação no portfólio de clientes, diz Claudio Sanches, diretor do banco.

“Já baixamos para fundos, em parte para previdência e, agora, CDB. A tendência é jogar o tíquete para baixo. Onde não fizemos ainda é por restrição [dos fundos] ou por questões operacionais nossas.”

O BTG Pactual também tem diminuído os valores mínimos, assim como as taxas de administração, segundo Marcelo Flora, sócio do banco.

“Temos uma estrutura de custo enxuta, então é uma decisão que não nos afeta e que é simpática para clientes.”

No Santander, a estratégia é diferente: o piso segue inalterado, mas o que se considera é o patrimônio do investidor, afirma o diretor Gilberto Abreu.

“Em títulos com tíquete de R$ 25 mil, por exemplo, em vez de olharmos se o cliente tem o montante para aplicar, vemos se ele tem R$ 25 mil no banco, o que na prática dá acesso a mais produtos.”


Sobe e... A XP Investimentos afirma que alterou os valores mínimos para proteger clientes menores e diversificar com produtos mais simples e de maior liquidez.

...desce “Em função dos feedbacks recebidos e do estudo promovido internamente (...), a XP fixou em R$ 10 mil o valor da aplicação mínima para os produtos de Renda Fixa.”

Indicadores de setores mostram descontentamento com faturamento

Índices de confiança de diferentes setores da economia apresentam uma mesma tendência geral: expectativa de melhora de negócios no futuro, mas frustração com o desempenho do momento.

“A inflação melhorou, mas o emprego não reage”, diz Flavio Calife, economista do Boa Vista SCPC. Quase metade (46%) dos empresários espera faturamento maior em 2019, segundo o birô.

O Simpi (sindicato das pequenas indústrias) aponta que os insatisfeitos com o faturamento subiram de 29%, em janeiro, para 39%, em fevereiro.

Já a expectativa com o futuro está no auge desde março de 2013. “Se houver uma frustração, a aprovação ao governo se tornará uma altíssima reprovação”, diz o presidente da entidade, Joseph Couri.

A alta de 4% no faturamento dos varejistas de São Paulo melhorou o humor deles, mas foi insuficiente para deixá-los otimistas com o presente, de acordo com a FecomércioSP. 

O índice que mede a esperança de melhora chegou a 84% da nota máxima.

Estrada de ferro

A Brado, operadora logística subsidiária da Rumo, vai investir cerca de R$ 60 milhões para aumentar a produtividade em seus terminais neste ano, segundo o presidente Rogério Patrus.

O montante é inferior ao do ano passado, quando a empresa aportou cerca de R$ 100 milhões e incorporou três novas locomotivas.

A companhia, a princípio, descarta aumentar o número de vagões neste ano, mas Patrus afirma que ela está capitalizada caso seja necessário acelerar a expansão.

“As aquisições do ano passado serão suficientes para 2019, mas temos observado um aumento da demanda. A depender do crescimento no segundo semestre, é possível que revisemos o plano”, diz.

Alguns segmentos, como o de proteína animal, têm crescido muito, e vários clientes migrado do modelo 100% rodoviário para a nossa modalidade [de transporte de contêineres por ferrovia].”

Raio-X

14
são os terminais em que a empresa opera

700
são os funcionários

3 mil
é o número aproximado de contêineres

O balanço das compras

O volume transacionado em fusões e aquisições no ano passado teve uma alta de 19% em relação ao ano retrasado, de acordo com uma análise da consultoria Alvarez & Marsal. O valor chegou a R$ 200 bilhões.

Uma única operação, no entanto, a união da Suzano com a Fibria, com um pagamento de quase R$ 28 bilhões, elevou a soma.

Sem essa transação, houve estabilidade, segundo a consultoria.

A projeção é de alta, e que os programas de privatização e uma eventual melhora econômica impulsionarão o número de compras de controle de companhias.

“Nos últimos anos, muitas empresas tiveram problemas de liquidez e precisaram ser vendidas. Esse motivo para aquisições deverá diminuir em 2019”, afirma Carlos Priolli, diretor da consultoria.

Antes do Carnaval

Setores da iniciativa privada cuja produção é um indicador de como é o desempenho da economia tiveram um fevereiro melhor que o do ano passado, mas o resultado é atribuído ao período de Carnaval.

O feriado caiu em março neste ano, e houve mais dias úteis em fevereiro.

O despacho de papelão ondulado foi 3,58% maior que no ano passado, de acordo com a ABPO (associação do setor).

O fluxo de veículos pesados nas rodovias subiu 7,7%, segundo a ABCR (associação de concessionárias).
Em ambos os casos, houve queda em relação a janeiro.

Unicórnios Quatro empresas brasileiras que valem mais de U$ 1 bilhão (99, Arco, Stone e Nubank) foram convidados por Harvard e MIT para um evento em abril.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Paula Soprana 

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