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Ministério Público pede inspeção no Coaf para saber se há investigação contra Glenn Greenwald

Órgão de fiscalização financeira foi vago em relação a medidas contra jornalista; para procurador, Brasil não pode ser republiqueta de bananas

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O procurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Furtado, pediu ao órgão que determine a imediata suspensão de toda e qualquer investigação sobre o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, até que fiquem claras as motivações para que ela ocorra.

O jornalista Glenn Greenwald - Pedro LadeiraqFolhapress

Ele pede também que o TCU realize uma inspeção imediata no Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), já que o órgão, vinculado ao Ministério da Economia, não esclareceu se está ou não fiscalizando o profissional.

Greenwald está coordenando o trabalho de jornalistas do site e de outros parceiros que estão revelando diálogos do ministro Sergio Moro, da Justiça, com integrantes da Operação Lava Jato na época em que ele era juiz.

A investigação sobre ele, diz o tribunal de contas, teria sido pedida pela Polícia Federal, subordinada a Moro. E poderia configurar uma retaliação e um ataque à liberdade de imprensa.

O TCU tinha dado 24 horas para que o ministro Paulo Guedes, da Economia, e o Coaf esclarecessem se o jornalista estava ou não sendo fiscalizado. As repostas, divulgadas na terça (9), foram genéricas e não responderam objetivamente se a investigação existe e quais as justificativas para a medida, se ela estiver em andamento.

"Somente em uma republiqueta de bananas - o que o Brasil não quer ser - seria correto usar o aparelho estatal para perseguir qualquer pessoa que contrariasse, com sua atividade profissional, o interesse dos ocupantes momentâneos do poder estatal", afirma o procurador.

Para Lucas Furtado, um trecho da resposta do Coaf deixou em aberto a possibilidade de as movimentações financeiras de Glenn Greenwald estarem sendo efetivamente analisadas. Nele, o órgão negava que a Polícia Federal tivesse pedido uma investigação contra o jornalista. Mas dizia que "poderá ocorrer" de o Coaf receber informações da Polícia Federal e elaborar um RIF (Relatório de Inteligência Financeira) sobre fatos que indicassem crime.

Furtado ironizou as respostas vagas dadas por Guedes e pelo conselho incluindo em sua petição a letra da música "O Pato", de João Gilberto. 

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