O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ironizou, em 2016, petistas que defendiam que "o petróleo é nosso". O slogan foi repetido nesta segunda (22) por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao criticar a política de preços da Petrobras.

"Não sei se dou risada ou se choro", escreveu Eduardo em legenda do vídeo. Na época, a Câmara dos Deputados votava projeto de lei que desobrigava a Petrobras de participar de todos os consórcios de exploração dos campos do pré-sal.

"Parece brincadeira, né. Mas aqui, a gente está discutindo pré-sal e olha só de qual partido que são os deputados que tão bradando aí 'o petróleo é nosso, a Petrobras é nossa'. Vou até dar zoom se não vocês não acreditam: o pessoal do PT e agora o PSOL, orientando no mesmo sentido", disse o parlamentar no vídeo.

"Assaltaram a Petrobras. Quebraram. Conseguiram dar prejuízo na empresa petrolífera. E agora vão aí, ó. Parece que não é com eles, que nada aconteceu". seguiu o parlamentar. "O Estado grande, com muitas estatais, aqui dentro do Congresso mesmo, essas estatais servem de moeda de troca", finalizou.

Nesta segunda (22), o presidente, em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, questionou se o petróleo "é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil?".

Na sexta (19), Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna como novo presidente da petroleira. Se confirmado pelo conselho de administração da companhia, ele substituirá Roberto Castello Branco, alvo de críticas do presidente.

A decisão representa uma derrota para o ministro Paulo Guedes (Economia), que defendia a permanência do atual executivo no cargo e era contra intervenções na companhia. Prevaleceu o interesse da ala militar do governo.

Luna é ex-ministro da Defesa e atualmente é diretor-geral da Itaipu Binacional. A indicação do militar ocorre em meio às críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras e das queixas de caminhoneiros pela alta dos combustíveis.

Os principais indicadores financeiros do Brasil tiveram forte deterioração nesta segunda (22), após o presidente interferir no comando da Petrobras e sinalizar outras intervenções. A repercussão negativa levou à venda das ações da Petrobras, fazendo o preço do papel mergulhar e contaminar negativamente ações de empresas brasileiras de modo geral, mas especialmente as de estatais.