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Cardozo diz que relatos de Eduardo Cunha em livro são 'incompatíveis' com postura 'ética' de Lula

Ex-presidente da Câmara afirma ter ouvido de petista que apoiar reeleição de Dilma foi seu maior erro -e que tinha pavor do então ministro da Justiça

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Citado 250 vezes pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha no livro "Tchau, Querida: Diário do Impeachment", o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que comandou a pasta no governo de Dilma Rousseff e fez a defesa da ex-presidente, diz que a obra não fala de fatos reais.

Cardozo reage também a afirmações de Cunha, de que era agente de Dilma na Operação Lava Jato, trabalhando junto com o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para derrubá-lo da presidência da Câmara —o que evitaria o afastamento de Dilma, processo liderado por Cunha.

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo - Bruno Santos - 14.ago.2017/Folhapress

Em vários trechos, o ex-presidente da Câmara afirma também que Lula detestava Cardozo, e sempre tentava afastá-lo do governo Dilma. O ex-presidente teria inclusive defendido uma reforma ministerial para colocar Michel Temer no Ministério da Justiça.

O então vice-presidente teria recusado pois já estaria articulando para derrubar Dilma e assumir o cargo dela.

Em um dos trechos, em que relata suposta conversa que teve com Lula para o preenchimento de uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), Cunha relata que conversou com Lula sobre um pedido do empresário Joesley Batista, da JBS, que defenderia o nome de Edson Fachin para a vaga (ele acabou sendo indicado por Dilma).

"Explicitei minha desconfiança com relação a José Eduardo Cardozo, de quem Lula tinha verdadeiro pavor como pessoa, referindo-se a ele de forma agressiva", diz Cunha. Em outro momento, ele afirma que a permanência de Cardozo no governo era "penosa para todos".

Dilma é citada 1.581 vezes por Cunha.

Segundo ele, em uma das conversas que teve com Lula, o ex-presidente, "contendo o choro", afirmou que ö maior erro que ele havia cometido na vida foi ter permitido que Dilma se candidatasse à reeleição".

“O livro é fantasioso e sem credibilidade. Ele acusa para não confessar seus malfeitos. Quanto a Lula pretender me afastar do MJ [Ministério da Justiça] para colocar Temer no meu lugar, não passa de mais uma estória inverossímil, incompatível com a postura ética do estadista que Lula sempre foi".

Condenado em três processos por corrupção e lavagem de dinheiro, Cunha cumpre hoje prisão domiciliar.

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