O coronel da reserva do Exército Lamartine Barbosa Holanda, que foi exonerado da presidência da Funarte na semana passada, afirma que enviou um relatório apontando inconsistências na gestão Mario Frias na Cultura à Casa Civil e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em março —antes de ser exonerado.

O GSI diz que “o tema não está relacionado com as atividades” do gabinete. A Casa Civil diz que “não recebeu qualquer relatório do senhor Lamartine Barbosa Holanda pelos canais oficiais”.

Em uma carta de despedida, publicada pelo Painel, Lamartine afirmou que não pôde aceitar "nomeação de pessoal sem correta análise do perfil profissiográfico".

A coluna apurou que uma delas seria a de Renata Borges, diretora-executiva da produtora de musicais Touché Entretenimento.

O coronel afirmou à coluna que detalhou no relatório essa nomeação e que, para ele, configuraria conflito de interesses —e que por isso não deu prosseguimento. Ele diz ainda que foi pressionado pelo próprio secretário Mario Frias e pela adjunta da pasta, Andréa Paes Leme.

Renata afirma que houve um convite para cargo na Funarte mas que ela recusou. “Recusei porque tenho projetos em andamento e poderia configurar conflito de interesses. Não foi imposição de ninguém. Que ele [Lamartine] não me bote nessa Guerra Fria dele com qualquer parte do governo”.

“A cultura não tem partido. Para mim, quando ela começa a ser politizada, todo mundo perde. Ela é do brasil, é do povo. Continuarei em constante diálogo com o governo em prol do meu setor”, segue Renata.

Depois da exoneração de Lamartine, Frias anunciou a "necessidade de reestruturação da Funarte" numa rede social. Segundo ele, a pasta iniciou trabalhos "para que todos tenham acesso às políticas culturais de forma clara, rápida e objetiva."

A Secretaria Especial da Cultura não respondeu até a publicação desta nota.