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Fala de Bolsonaro vem com atraso 'desumano' de quase 470 mil mortes, diz CPI da Covid

Documento é assinado pelos senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, além de membros efetivos e suplentes da comissão

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Após pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em rede nacional na noite desta quarta (2), senadores da CPI da Covid afirmam que, embora sua fala em defesa da vacinação contra o novo coronavírus sinalize um "recuo no negacionismo", ela veio "tarde demais".

"Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira", afirmam os parlamentares.

O presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira (2) - Reprodução TV Brasil

O documento é assinado pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), pelos membros efetivos Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AM) e pelos suplentes Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE).

"A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas", dizem os senadores.

No pronunciamento transmitido na cadeia de rádio e televisão, Bolsonaro defendeu a vacinação e destacou o avanço do PIB (Produto Interno Bruto), porém voltou a criticar políticas de isolamento social.

Após negar por meses propostas da Pfizer, ele disse que havia pessoalmente solicitado para a empresa antecipar a entrega de 100 milhões de doses. O presidente ainda declarou que o país se tornaria "em poucos meses" autossuficiente na produção do imunizante.

Leia, abaixo, a íntegra da nota assinada pelos parlamentares da CPI da Covid:

"A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’.

Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19.

A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas."

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