O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, diz que recebeu com "alegria" e levou na esportiva a menção ao restaurante Fuego, do qual é sócio, em uma lista de "cem lugares para não ir em Brasília".

Alinhada ao discurso bolsonarista, a iniciativa propõe boicotes a estabelecimentos que supostamente "fazem o 'L', gostam de ditaduras e odeiam o capitalismo". O documento ainda exibe símbolos da União Soviética e imagens de Vladimir Lenin e Josef Stálin.

"Você imagina uma lista chamando de comunista os restaurantes tais e quais. Isso é uma bizarrice. Para mim, foi uma propaganda", afirma ele à coluna. "Recebi manifestações de gente do Brasil inteiro dizendo que, mais do que nunca, querem agora vir ao Fuego", continua.

Em mensagem enviada a amigos, Kakay chegou a celebrar a inclusão do restaurante na peça. "Para minha alegria o melhor restaurante de carne do Brasil, o Fuego, onde sou sócio, está na lista", escreveu.

De acordo com o advogado, o estabelecimento na capital federal tem se notabilizado por ser um ponto de encontro de políticos de diversas siglas. Ele suspeita que a inclusão do local na lista se dê por sua proximidade em relação ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Fui dono do Piantella a vida inteira, que era o restaurante mais politizado que o Brasil já teve, onde iam todos os partidos. E como eu estou muito ligado a todo esse pessoal que está assumindo algum cargo no governo Lula, o Fuego passou a ser um certo ponto de políticos", diz.

"Até fiz uma brincadeira que, se nós tivermos chance de resgatar um pouco a áurea que tinha o Piantella, é uma coisa positiva", segue.

Kakay diz descartar entrar com qualquer tipo de ação contra os responsáveis pela proposição do boicote. "Levei na esportiva", destaca. "Acho que é uma informação [dada pela lista] de que os democratas devem frequentar o Fuego."

RECONHECIMENTO

O secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, recebeu convidados na cerimônia do Prêmio Governo do estado de São Paulo para as Artes na semana passada, no Teatro Sérgio Cardoso, em SP. A diretora da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa, e o deputado Carlão Pignatari (PSDB), presidente da Alesp, prestigiaram o evento. O presidente do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake, e a empresária Marcy Junqueira passaram por lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}