Lula participa de festa após diplomação na casa de advogado e com presença de Moraes

Celebração reúne alvos de Bolsonaro no TSE, parlamentares e aliados do petista

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Brasília

Após cerimônia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi a uma festa na tarde desta segunda-feira (12) na casa do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para comemorar a diplomação.

A celebração contou com a presença do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, do vice-presidente da corte, Ricardo Lewandowski, e do corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves. Os três relataram ações durante as eleições que envolveram Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A festa ainda teve como convidados futuros ministros do governo, como Fernando Haddad (PT), que será chefe do Ministério da Fazenda, e Rui Costa (PT), que vai comandar a Casa Civil.

Lula discursou na festa. Segundo os convidados, o discurso teve trechos parecidos com as falas dele no TSE, mas o petista foi mais enfático ao criticar o que considera decisões de juízes que se curvam à pressão da mídia.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, na cerimônia de diplomação - Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente diplomado também voltou a se emocionar ao falar de sua trajetória, especialmente sobre o período em que esteve preso em Curitiba.

Lula repetiu que teve chance de deixar o país ou negociar um acordo para não ser preso, mas optou por recorrer na Justiça até ser solto.

O presidente eleito teria dito que não reage com rancor ou ódio às decisões que o levaram à cadeia, ainda que não se esqueça do período. Disse também que não fará pedidos pessoais a ministros do Judiciário.

Acompanharam a festa alguns parlamentares e aliados de Lula, além do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e sua esposa, Lu Alckmin.

Também participaram os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e Gilmar Mendes, além do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas.

O empresário José Seripieri Filho, que deu carona a Lula em seu avião na viagem ao Egito, esteve na confraternização. Ele deixou a mansão no mesmo momento em que Lula foi embora.

A casa do advogado fica no Lago Sul, um bairro de classe alta de Brasília. Kakay foi advogado de alguns dos principais alvos de operações como a Lava Jato e integra o grupo Prerrogativas.

Moraes e o TSE são alvos constantes de protestos de apoiadores de Bolsonaro e dos discursos do próprio presidente.

O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que não há problema em ministros do TSE participarem da festa de Lula. "Tem que levar a coisa com tranquilidade, com serenidade", afirmou ao deixar a mansão.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que o coquetel é "suprapartidário".

Kakay afirmou que Lula o procurou para ser o anfitrião da festa da diplomação, e lembrou que em 2002 a mesma celebração foi feita em um restaurante que o advogado era dono.

A futura primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, fez a lista de convidados, segundo Kakay.

Em setembro, Lewandowski negou pedido de Bolsonaro para afastar Moraes de julgamento de ação que vetou que sejam feitas transmissões com cunho eleitoral no Palácio da Alvorada.

Já Moraes condenou o PL a pagar multa de quase R$ 23 milhões por litigância de má-fé, afirmando que a legenda de Bolsonaro tentou "tumultuar o próprio regime democrático brasileiro" ao pedir a anulação de votos do segundo turno.

Mais cedo, na cerimônia de diplomação, Lula elogiou a atuação do STF e do TSE nas eleições e citou "firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral".

A solenidade de entrega do diploma de eleito reforça a vitória de Lula em meio a atos antidemocráticos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, derrotado na tentativa de reeleição.

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