Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

LGBTQIA+

Alexandre de Moraes debate incluir identidade de gênero em registro de candidaturas no TSE

Ministro recebeu representantes do PT, PC do B, Rede, PDT e MDB

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, recebeu representantes de diferentes partidos para debater a inclusão de dados sobre orientação sexual e identidade de gênero nas fichas de candidaturas eleitorais na corte.

A reunião ocorreu na terça-feira (30), em Brasília, com representantes de partidos do PT, PC do B, Rede, PDT e MDB.

O objetivo foi dialogar sobre a alteração de uma resolução do TSE que trata do registro de candidaturas. A ideia é que seja incluída a possibilidade de registro de orientação sexual e de identidade de gênero dos candidatos, o que não é permitido atualmente pela legislação.

"A ideia é poder gerar dados oficiais para saber quem são essas candidaturas [LGBTQIA+], a quais partidos elas estão vinculadas e ver o financiamento das legendas", afirma Janaína Oliveira, secretária nacional LGBT do PT, que participou do encontro.

Segundo Oliveira, o ministro se comprometeu em fazer a mudança e afirmou que fará esforços para que ela seja aplicada nas eleições de 2024.

Regininha (PT), vereadora de Rio Grande (RS): "Uso medicação tarja preta, desenvolvi ansiedade e crises bem fortes e precisei procurar psicólogos por conta desse envolvimento na política". Divulgação/

Gilvan Masferrer (DC), vereadora em Uberlândia (MG): "Comecei a sofrer [transfobia] desde quando me candidatei. As pessoas me agrediram fisicamente, jogaram água no meu rosto, prenderam minha mão na porta de um carro que fui entregar papel. Depois da campanha, eu ainda sofro". Reprodução/Câmara/

Tieta Melo (MDB), vereadora de São Joaquim da Barra (SP): "Meus opositores passavam: 'Olha, Marielle, cuidado. Toma cuidado com o que você faz, o horário que você chega em casa. Quando apresentou o projeto de criação da semana [LGBT], houve até pichação na na porta da Câmara dos vereadores: 'viados aqui não passarão'. Reprodução/Câmara Municipal/

Vereadora Isabelly Carvalho (PT), de Limeira: "Tem muitos ataques da população e vindos pela internet. Agora, com o mandato, esses ataques se intensificaram ainda mais". Reprodução/PT/

Linda Brasil (PSOL), vereadora de Aracaju (SE): "Há uma transfobia velada, sutil, que tenta intimidar nossa atuação". Divulgação/

Filipa Brunelli (PT), vereadora de Araraquara (SP): "Sofri ameaças de morte. Ataques na rede social são sistemáticos. Sociedade não está apta a lidar com diversidade". Folhapress/Karime Xavier

Benny Brilolly (PSOL), vereadora de Niterói (RJ): [Sofri transfobia] uma série de vezes, tanto no plenário da Câmara por parlamentares que ainda se sentem no direito de cometer crimes de transfobia, nas ruas e instâncias institucionais" . Folhapress/Eduardo Anizelli

Vereadora trans Lins Robalo (PT-RS), de São Borja: "Recebemos algumas ameaças por conta de nossos posicionamentos políticos em defesa das minorias sociais". Divulgação/

Erica Malunguinho, deputada estadual paulista pelo PSOL: "Obviamente existe uma resistência dos grupos conservadores, sobretudo o núvleo evangélico, que insistentemente tenta coibir projetos e ações que vão tentar garantir direitos aos lgbts. Pode ter certeza que meus projetos são muito lidos, são os únicos que efetivamente que as pessoas tentam se debruçar. Pelo fato de sair de mim muitos vem com suspeições, existe uma discriminação e perseguição". Folhapress/Karime Xavier

Erika Hilton (PSOL), vereadora de SP: "Eu já precisei me esconder dentro do meu próprio gabinete porque um bolsonarista estava procurando por mim, inclusive era um dos meus agressores, que me fez ameaças de morte na internet, estava na porta do gabinete, dizendo que queria falar comigo, queria se eu estava lá dentro. Uma das pessoas que foram processadas por mim. Eu acho que foi o episódio mais assustador, porque nós não sabíamos, ele portava uma mochila, não sabíamos o que tinha naquela mochila" . Rafa Canoba/Divulgação/

Vereadora da cidade de Pompeu (MG), Titia Chiba (PSB) diz que políticos da sua cidade negaram a criação de um conselho de direitos humanos apenas porque abrangia a população LGBT. Reprodução/TSE/

Duda Salabert (PDT), vereadora de Belo Horizonte: "Tive três ameaças de morte e perdi meu emprego por causa de ameaças de morte feitas por grupos de ódio, falando que, se eu não fosse demitida, a escola seria transformada em um mar de sangue. Isso foi um dia após eu ser eleita". Lucas Ávila/Divulgação/Lucas Ávila/Divulgação

Thabata Pimenta (PROS), vereadora de Carnaúba do Dantas (RN):"Sinto dificuldades principalmente em projetos sobre a pauta LGBTQIA+". Divulgação/

Vereadora Anabella Pavão (PSOL), de Batatais: "O que mais tenho observado é o embate político, principalmente no conflito ideológico. Em Batatais, em termos de ataques, eu não tenho enfrentado. Mas colegas que têm sofrido preconceito, ameaça, tentativa de homicídio". Reprodução/Instagram/

Myrella Soares (DEM), de Bariri, diz ser difícil fazer com que o partido veja o potencial das mulheres trans: "Não investir na candidatura de pessoas LGBTQIA+ é como se estivesse abafando a importância da pauta". Reprodução/Facebook/

Thammy Miranda, vereador de São Paulo: "Nunca senti nada desse tipo [transfobia], inclusive me sinto muito respeitado, mas sei que outras pessoas sofreram ameaças e, inclusive, foram até impedidas de assumir o cargo, como no caso de uma suplente de Vereadora em São Sebastião. Infelizmente esses casos são recentes e um claro atentado contra a democracia". Instagram/@thammymiranda/

Lari Camponesa (Republicanos), vereadora de Rio Novo do Sul (ES): "Não [sofri transfobia] explicitamente, mas a gente vê que tem uma barreira ali. [Chamar de] ele, essas coisas acontecem muito. Eles nem percebem às vezes, mas acontece muito. Praticamente toda semana. Incomoda, porque tem que se referir à gente pelo que a gente é". Reprodução/TSE/

Vereadora Yasmin Prestes (MDB-RS), de Entre-Ijuís, diz não ter sofrido transfobia e que atuação entre vereadores locais é bastante unida. Divulgação/

Regininha Lourenço (Avante) é a primeira vereadora trans de Araçatuba. À Folha, afirmou não ter sofrido transfobia durante o mandato. Reprodução/Câmara Municipal/

Fernanda Carrara (DEM), de Piraju (SP), conta que não foi procurada para ajudar deputados e não foi convidada para convenção do próprio partido: "Acho que é por que sou trans". Reprodução/

Paulette Blue (PSDB), vereadora de Bom Repouso (MG): [Um vereador] me trata na Câmara como se eu fosse um nada. Ele não me chama nem de mulher nem de homem. Porque ele é evangélico e eu, para ele, sou aberração". Reprodução/Redes sociais/

Lorim de Valéria (PDT) é a primeira vereadora trans da cidade de Pontal e que o tratamento da população foi melhorando conforme desenvolveu seu trabalho. Reprodução/TSE/

Kará (PDT), de Natividade (RJ), é a primeira vereadora trans da cidade e afirmou não ter sofrido transfobia . Divulgação/

Vereadora Professora Brenda, do município de Lapa (PR), diz que não sofreu transfobia, mas que a cidade onde vive é bastante conservadora em relação ao tema. Reprodução/TSE/

"Ele [Alexandre de Moraes] entendeu a necessidade de fazer a inclusão. Vamos poder debater fundo eleitoral, mapear as condições da candidatura, qual o [tamanho do] investimento e com que seriedade os partidos levam a questão."

As deputadas federais Daiana Santos (PC do B-RS), Duda Salabert (PDT-MG), Camila Jara (PT-MS), Carol Dartora (PT-PR) e Jackeline Oliveira Rocha (PT-ES) estavam presentes.

ESTANTE

O jornalista e escritor Conrado Corsalette. Ronny Santos/Folhapress/

O escritor Reinaldo Moraes. Ronny Santos/Folhapress/

A jornalista e escritora Adriana Ferreira Silva. Ronny Santos/Folhapress/

A jornalista Renata Lo Prete. Ronny Santos/Folhapress/

O quadrinista e artista plástico Rafael Coutinho. Ronny Santos/Folhapress/

A diretora de arte e produção da editora Fósforo, Julia Monteiro. Ronny Santos/Folhapress/Ronny Santos

O jornalista e escritor Conrado Corsalette. Ronny Santos/Folhapress/Ronny Santos

O escritor José Henrique Bortoluci. Ronny Santos/Folhapress/

O escritor Fabrício Corsalette. Ronny Santos/Folhapress/

O jornalista e escritor Conrado Corsalette recebeu convidados no lançamento do seu livro "Uma Crise Chamada Brasil", realizado na noite de terça (30). O escritor Reinaldo Moraes prestigiou o evento, que ocorreu no bar São Cristóvão, em São Paulo. A jornalista e escritora Adriana Ferreira Silva também passou por lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}

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