Siga a folha

Argelino diz que boxeadora foi atacada por não ser o estereótipo da mulher árabe criado pelo Ocidente

Imane Khelif venceu a chinesa Liu Yang, levando a medalha de ouro

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Paris

O engenheiro argelino Mohamed Felit foi com sua mulher, a funcionária pública Imane Felit, à fan zone África Station, uma área de interações de torcedores em Paris, para buscar outras pessoas com quem pudessem ver a final feminina do boxe nesta sexta-feira (9).

O engenheiro Mohamed Felit e a mulher, a funcionária pública Imane Felit - Folhapress

A argelina Imane Khelif, que foi atacada nas redes sociais por uma polêmica envolvendo testes de gênero, enfrentou e venceu a chinesa Liu Yang na categoria peso meio-médio, levando a medalha de ouro.

O casal ficou frustrado porque, ao chegar no local, o espaço já estava quase fechando. Mohamed conversou com a coluna logo após a vitória de Khelif.

Ele disse que a lutadora é uma "representação das pessoas esquecidas na Argélia" e que ela foi atacada por ser diferente do estereótipo criado em torno da imagem das mulheres árabes.

"As pessoas ocidentais acham que as mulheres [árabes] usam hijab ou são muito femininas. Um pouco ‘sexy oriental’. Na Argélia, muitas garotas não são muito femininas. É normal", afirmou.

Leia, abaixo, a íntegra do depoimento.

Por que vocês estão tão felizes? Você estava falando que ela é uma heroína.
Ela é uma representação das pessoas esquecidas na Argélia. Pessoas do campo, pessoas da pobreza, pessoas que não têm uma boa família e lutam por sua família, por seu país, apenas pelo orgulho de representar a bandeira e o país. E ela é uma representação das mulheres lutadoras na Argélia. É por isso.

As pessoas ao redor do mundo fizeram uma campanha muito ruim contra ela. Disseram que ela é um homem, que ela não é uma garota de verdade, que ela é muito masculina.

O engenheiro Mohamed Felit e a mulher, a funcionária pública Imane Felit, tacompanham a luta da boxeadora argelina Imane Khelif no celular - Folhapress

Na Argélia, muitas garotas não são muito femininas. É normal, como na França ou em qualquer lugar do mundo. Mas eu acho que o estereótipo que as pessoas ocidentais têm dos árabes é o de que as mulheres usam hijab ou são muito femininas. Um pouco "sexy oriental". E ela é árabe, mas não tem esse estereótipo. Ela é mais "como um homem", mais masculina.

Não apenas pessoas ocidentais [carregam esse tipo de preconceito]. Asiáticos e africanos [também]. Pessoas que não conhecem pessoas árabes não estão habituadas, não estão acostumadas a ver uma garota com mais masculinidade.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas