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Correspondente da Folha na Ásia

Macron alerta que 'os antigos demônios estão ressurgindo'

Líderes de França e Alemanha questionam nacionalismo, no centenário do armistício da Primeira Guerra

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Na manchete do francês Le Monde, com foto de ambos, “Macron e Merkel alertam contra nacionalismo”. O alemão Frankfurter Allgemeine também foi por aí, com foto em que Macron e Merkel aparentam quase se beijar.

Era um recado ao presidente americano, como anotaram ambos os jornais e como enfatizou o New York Times: “Nacionalismo de Trump é questionado duramente”. O diário americano descreveu como ele estava “sentado perto, com cara de pedra”.

A chamada do francês Le Figaro foi mais ampla, com uma frase de Macron: “Os antigos demônios estão ressurgindo, a história ameaça retomar o seu caminho trágico”.

BRUTAL, VULGAR E ARCAICO

No centenário do armistício, com a ilustração acima, de Laurindo Feliciano, a revista semanal francesa L’Obs, antiga Le Nouvel Observateur, saiu com uma longa entrevista do escritor Bernardo Carvalho, sobre a eleição de Jair Bolsonaro. No título, “O Brasil voltou a ser brutal, vulgar e arcaico”.

ENFRAQUECER A DEMOCRACIA

Na Alemanha, a nova Der Spiegel ouviu historiadores e vítimas da ditadura militar, sob o título “Tortura é uma ferida que sangra para sempre” e o subtítulo “Para o futuro presidente Jair Bolsonaro, governantes da época são heróis —ele escarnece de suas vítimas”.

No também semanal Die Zeit, sob o título “Aprendendo com Hungria e Filipinas”, o cientista político alemão Oliver Stuenkel, especializado em Brasil e Brics, escreve que “Bolsonaro e seus seguidores deixaram claro que querem enfraquecer a democracia” e questiona se as instituições do país serão capazes de contê-lo, sem apoio internacional.

‘BATALHA DESIGUAL’

Em destaque no NYT impresso e digital, com fotos de Meridith Kohut (acima), "Líder de extrema direita ameaça Amazônia, e tribo responde".

PAUL KRUGMAN HORRORIZADO

No NYT, reproduzido mundo afora, o colunista Paul Krugman tenta responder “o que diabos aconteceu com o Brasil”, que levou à eleição de “alguém que parece ser um fascista de verdade”. Dizendo-se “tão horrorizado quanto todo mundo” com Bolsonaro, o economista aborda a “extraordinária crise econômica de 2015-16”, destacando como causa o “mergulho” nos preços das commodities, seguido da queda no consumo interno. Mas acrescenta:

“O que realmente acabou com a economia do Brasil foi a maneira como se respondeu aos choques: com uma política fiscal e monetária que tornou as coisas muito piores.”

O Nobel de economia responsabiliza diretamente “o governo Rousseff”. Já com Joaquim Levy na Fazenda e “parecendo comprar, inacreditavelmente, a doutrina de austeridade expansionista”, a ex-presidente “impôs corte profundo de gastos” em meio à retração. De sua parte, o Banco Central “entrou em pânico” e elevou juros. “Agora que o pico induzido pelo câmbio acabou, a inflação é na verdade baixa para o padrão histórico, mas o estrago está feito”.

Em suma, “essa combinação de má sorte com má política com certeza desempenhou um papel no desastre político que se seguiu”.

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