Glenn Greenwald, cofundador do site The Intercept e presença constante em entrevistas ao vivo na Fox News, publicou na noite de segunda (16) uma reportagem em inglês e português, ao lado de Victor Pougy, em que busca esclarecer o que o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo, falou ao canal de notícias.

"Fontes na Fox disseram ao Intercept estarem chocadas e indignadas com as repetidas mentiras de Eduardo Bolsonaro, que insistia na afirmação obviamente falsa de que nunca dissera à emissora que o primeiro teste de seu pai foi positivo", escreveu.

O relato refaz a sequência de confirmações do canal para a notícia divulgada inicialmente pelo jornal carioca O Dia, na manhã de sexta (13).

Primeiro Alex Phares, "conhecido entre círculos conservadores nos EUA por sua proximidade com Eduardo e por coordenar aparições midiáticas do deputado, confirmou ter ouvido de Eduardo que o primeiro teste havia sido positivo". Depois "a Fox conversou diretamente com Eduardo, que afirmou que o primeiro teste havia sido positivo". Mais uma hora e "Eduardo mais uma vez confirmou".

Foi então que o site e o canal noticiaram o resultado do primeiro teste e a realização do segundo. Eduardo em seguida "iniciou uma guerra contra a Fox News". Avaliação de Greenwald, jornalista célebre por publicar os arquivos da NSA e, no Brasil, pela série Vaza Jato, sobre o episódio:

"Quando a repórter da Folha Mônica Bergamo publicou que o secretário Fabio Wanjgarten voltou dos EUA apresentando sintomas e estava sendo testado, Wejngarten publicou ataques contra ela, insinuando se tratar de invenção da 'banda podre da imprensa'. No dia seguinte, seu teste positivo foi confirmado. O que parece ter acontecido é que os Bolsonaro empregaram sua tática padrão contra a mídia brasileira: acusar falsamente a imprensa de inventar informações negativas. A diferença é que, desta vez, a estratégia foi usada contra a Fox News, veículo que a família ensinou seus apoiadores a confiar e respeitar."