Siga a folha

Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu Coronavírus

'Encurralado' pela pandemia, Bolsonaro cede, aponta cobertura externa

Com o país 'em queda livre' em casos e mortes, 'raiva' crescente forçou reforma 'profunda' do presidente, 'significativamente mais fraco'

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A reforma ministerial no Brasil vem sendo relacionada na cobertura externa, unanimimente, ao colapso no combate à pandemia.

Os jornais econômicos The Wall Street Journal e Financial Times destacaram nas chamadas, respectivamente, que as mudanças vieram "conforme cresce a raiva com o número de mortos" ou "conforme cresce a pressão por causa da Covid", sobretudo do Congresso.

Da "profunda" mudança, o WSJ sublinha a saída do chanceler Ernesto Araújo, que via a pandemia "como parte de uma conspiração comunista global" e é acusado pelos atrasos nas vacinas e nos insumos da China.

O FT ouviu do ex-chanceler Celso Amorim que "é difícil falar o quanto a política externa pode ter contribuído para as mortes, mas sabemos que não ajudou em nada em relação à obtenção de vacinas" e insumos.

A troca nas Forças Armadas foi ressaltada no francês Le Monde (acima) e na alemã Der Spiegel, entre outros, com o primeiro levando ao enunciado que Bolsonaro irritou as cúpulas militares.

"Entre os generais e o capitão, a guerra parece declarada", descreveu o correspondente Bruno Meyerfeld, como ressaltou a Rádio França Internacional (RFI) em seu relato da imprensa europeia.

Mas também o Le Monde, na home desta terça (30), dá prioridade à crise da Covid, com reportagem sobre São Paulo, que poderia "não se recuperar". Na mesma direção, o argentino Clarín dá mais atenção à própria pandemia e ao avanço da variante brasileira no país.

Tanto Clarín, mais à direita, como Página/12, à esquerda, descrevem Bolsonaro como "encurralado", em seus enunciados sobre a reforma ministerial. Na descrição do correspondente da rede pública de rádio (NPR) dos EUA, Philip Reeves:

"Ele está significativamente mais fraco. Sua popularidade está caindo. Seu arquirrival, o ex-presidente Lula, está de volta, com suas condenações anuladas. Bolsonaro está numa situação difícil."

Na AS/COA, o vice-presidente da organização, jornalista Brian Winter, escreve que "Um inseguro Bolsonaro se prepara para o seu 6 de Janeiro", referência à invasão do Capitólio, em Washington. "Sitiado pela Covid, tenta se proteger" reunindo mais "homens armados".

Até a manhã desta terça, o New York Times não havia noticiado a reforma ministerial, mas não deixou de ressaltar, na noite de segunda, o "Brasil em queda livre", com "mais casos novos e mortes que qualquer outro país".

Na mesma linha, a rede americana ABC produziu reportagem sobre o colapso dos hospitais. E o correspondente do alemão Die Zeit destacou a "Nova máscara de Bolsonaro" (acima), tentanto aparentar preocupação com a pandemia.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas