Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

A inesquecível tarde do corintiano Wesley

O que o menino fez em Itaquera ficará para sempre na vida dele e na de quem viu

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No bucólico Parque São Jorge, as Brabas receberam as tricolores do Fluminense pela manhã e as golearam por 5 a 0.

Também, pudera: as alvinegras ganham tudo no continente e as cariocas estão na zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

O jogo foi assim como se um time das meninas do ginásio enfrentasse o das mulheres da faculdade.

Lance de Corinthians 5 x 0 Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro Feminino - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

A Fiel torcida desta vez fez pouco do jogo no Parque.

Estava compreensivelmente mais preocupada com o clássico da tarde, no tóxico estádio de Itaquera, contra o mesmo Fluminense, campeão da Libertadores.

Brabas comemoram gol na partida Corinthians 5 x 0 Fluminense - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

O que o dinizismo apresentaria para António Oliveira e seus Mosqueteiros era a questão.

O tricolor pisava a única parte boa do futebol masculino corintiano, o gramado, na condição de favorito, mesmo sem ser dos visitantes mais atrevidos.

E levou uma traulitada por 3 a 0, graças a dois gols do menino Wesley, 19 anos, um deles, o segundo, com direito a deixar 117 anos de traseiro na grama, os veteranos tricolores Manoel, 34, Felipe Melo, 40, e Fábio, 43.

Após dar um corte em Felipe Melo, Wesley chuta para marcar seu segundo gol na partida - Amanda Perobelli/Reuters

Gol daqueles que merecem placa no estádio, de tão espetacular.

Em domingo raro, o Corinthians não fez barba e bigode como se dizia antigamente quando havia preliminar e jogo principal, mas depilação e cabelo.

Wesley comemora após marcar seu segundo gol - Amanda Perobelli/Reuters

I BEG YOUR PARDON

Que a rara leitora e o raro leitor me perdoem e não me tenham na conta de alguém com complexo de vira-latas. Mas nada se compara ao Campeonato Inglês, agora a três rodadas do fim, com apenas dois pretendentes ao título, o Arsenal e o Manchester City, porque o Liverpool perdeu fôlego na reta final e se distanciou dos líderes.

O alemão Jürgen Klopp não se despedirá com a glória pretendida e ainda por cima teve de digerir desavença com o egípcio Mohamed Salah, ídolo dos Reds.

Mohamed Salah cumprimenta Jurgen Kloppduring ao ser substituído na partida do Liverpool contra o Atalanta pela Liga Europa, em Bergamo - Isabella Bonotto/AFP

Os Gunners têm um ponto a mais na liderança e três jogos a cumprir.

Os Cidadãos com um ponto a menos e quatro jogos a disputar.

Fosse na Argentina e diríamos que o campeão está por "una cabeza".

Na Inglaterra é "head to head" mesmo: as dos treinadores espanhóis Mikel Arteta e Pep Guardiola, discípulo e mestre; e as dos craques Martin Odegaard e Kevin De Bruyne, o norueguês e o belga, que ao lado de outros conterrâneos põem seus países no mapa do Planeta Bola definitivamente.

O futebol "golbalizado" é a realidade que a Inglaterra sabe explorar melhor que ninguém.

E aos corintianos, herdeiros do velho Corinthian Football Club londrino, resta pouco além de curtir campeonato tão espetacular.

Pois, convenhamos, torcer apenas contra o rebaixamento deveria ser a sina dos torcedores do extinto Corintinha de Presidente Prudente, desaparecido no século passado e que sobrevive hoje em dia com o mesmo nome de EC Corinthians, embora sem ligação com o anterior.

É provável que pelo antigo Corintinha tenha passado gente da mesma laia da que tomou de assalto o glorioso Sport Club Corinthians Paulista.

CHOQUE-REI

Se há um clube que Abel Ferreira detesta enfrentar além do CR Flamengo esse atende pelo nome de São Paulo FC.

Nesta noite de segunda-feira (29), no Morumbi certamente com muitos torcedores.

Em 11 jogos que o excepcional treinador português enfrentou o tricolor, empatou quatro, venceu três e perdeu quatro.

Nos confrontos valendo taças, o São Paulo venceu o estadual de 2021 e a Supercopa do Brasil 2024 e o Palmeiras o Paulista de 2022.

Abel Ferreira com o troféu de campeão paulista de 2022 - Amanda Perobelli/Reuters

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